O dilúvio
            
            
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              Deus deu a todos que desejassem a oportunidade de arrepender-
            
            
              se e voltar-se para Ele. Mas não creram na pregação de Noé. Zom-
            
            
              baram de suas advertências e ridicularizaram a construção daquele
            
            
              imenso navio em terra seca. Os esforços de Noé para reformar seus
            
            
              compatriotas não tiveram êxito. Mas, por mais de cem anos ele per-
            
            
              severou em seus esforços para que os homens se arrependessem e
            
            
              voltassem a Deus. Cada pancada desferida sobre a arca pregava para
            
            
              o povo. Noé dirigia, pregava e trabalhava, enquanto o povo olhava
            
            
              com espanto e o considerava um fanático.
            
            
              Construindo a arca
            
            
              Deus deu a Noé as dimensões exatas da arca, e instruções ex-
            
            
              plícitas com relação à sua construção em todos os pormenores. Em
            
            
              muitos sentidos ela não foi feita como um navio, mas preparada
            
            
              como uma casa; a base como um casco que pudesse flutuar sobre
            
            
              a água. Não existiam janelas nos lados da arca. Tinha três andares
            
            
              e a luz era recebida de uma janela na cobertura. A porta ficava ao
            
            
              [64]
            
            
              lado. Os diferentes compartimentos para a recepção de diferentes
            
            
              animais foram feitos de maneira que a janela do alto iluminasse a
            
            
              todos. A arca foi feita de cipreste ou madeira de Gofer, a qual estaria
            
            
              isenta de apodrecimento por centenas de anos. Era uma construção
            
            
              de grande durabilidade, que nenhuma sabedoria de homem poderia
            
            
              inventar. Deus fora o planejador, e Noé o construtor-chefe.
            
            
              Depois de Noé ter feito tudo ao seu alcance para fazer correta-
            
            
              mente cada parte do trabalho, era impossível que ela pudesse por si
            
            
              mesma resistir à violência da tempestade que Deus em Sua ardente
            
            
              ira ia trazer sobre a Terra. O trabalho de acabamento da construção
            
            
              foi um processo lento. Cada peça de madeira foi cuidadosamente
            
            
              ajustada e todas as juntas cobertas com piche. Tudo o que o homem
            
            
              podia fazer se fez, para tornar perfeito o trabalho; e, afinal, depois
            
            
              de tudo isto, unicamente Deus podia preservar a construção sobre
            
            
              furiosas e altas ondas, pelo Seu miraculoso poder.
            
            
              A multidão a princípio aparentemente recebeu a advertência de
            
            
              Noé, todavia não se voltou para Deus em verdadeiro arrependimento.
            
            
              Houve algum tempo a eles dado antes que o dilúvio viesse, no qual
            
            
              foram colocados em graça — para serem provados e testados. Fa-
            
            
              lharam em suportar a prova. A degeneração prevalecente venceu-os,