Jacó e o anjo
            
            
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              Jacó não recuou. Sabia que Deus era misericordioso, e apelou
            
            
              para Sua misericórdia. Referiu-se a sua passada tristeza por causa
            
            
              de seus erros, o arrependimento deles, e insistiu em sua petição
            
            
              por livramento das mãos de Esaú. Dessa forma, sua importunação
            
            
              continuou toda a noite. Ao relembrar seus erros passados foi levado
            
            
              quase ao desespero. Mas sabia que devia ter a ajuda de Deus, ou
            
            
              perecer. Segurou o anjo e insistiu em sua petição com agônicos e
            
            
              ferventes clamores, até que prevaleceu.
            
            
              Assim será com os justos. Ao reverem os fatos de sua vida pas-
            
            
              sada, sua esperança quase submergirá. Mas ao compreenderem que
            
            
              este é um caso de vida ou morte fervorosamente clamarão a Deus,
            
            
              apelando em consideração a sua tristeza passada, e humildemente ar-
            
            
              rependidos de seus muitos pecados, farão referência a Sua promessa:
            
            
              “Ou que homens se apoderem da Minha força, e façam paz comigo;
            
            
              sim, que façam paz comigo.”
            
            
              Isaías 27:5
            
            
              . Assim serão suas fervo-
            
            
              rosas preces oferecidas a Deus dia e noite. Deus não teria ouvido
            
            
              a oração de Jacó e misericordiosamente salvo sua vida se ele não
            
            
              tivesse previamente se arrependido de seus erros em obter a bênção
            
            
              pela fraude.
            
            
              Os justos, como Jacó, manifestarão fé inflexível e fervorosa
            
            
              determinação, que não será desmentida. Haverão de sentir sua in-
            
            
              dignidade, mas não terão pecados ocultos a revelar. Se tivessem
            
            
              pecados, inconfessados e sem arrependimento, a aparecerem então
            
            
              diante deles, enquanto torturados pelo temor e angústia, com vivo
            
            
              senso de toda a sua indignidade, seriam esmagados. O desespero
            
            
              secionaria sua fervente fé, e não teriam confiança para pleitear tão
            
            
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              fervorosamente com Deus por livramento, e seus preciosos momen-
            
            
              tos seriam gastos em confessar pecados ocultos e em deplorar sua
            
            
              desesperante condição.
            
            
              O tempo de graça é o período concedido a todos para o preparo
            
            
              para o dia de Deus. Se alguém negligenciar a preparação e não levar a
            
            
              sério as fiéis advertências dadas, ficará sem escusas. A luta fervorosa,
            
            
              perseverante, de Jacó com o anjo deve ser um exemplo para os
            
            
              cristãos: Jacó prevaleceu porque foi perseverante e determinado.
            
            
              Todos os que desejarem a bênção de Deus, como Jacó, e se
            
            
              apegarem às promessas, como ele o fez, e forem tão fervorosos e
            
            
              perseverantes como ele foi, terão o mesmo êxito que ele teve. Há
            
            
              tão pouco exercício da verdadeira fé e tão pouco peso de verdade