Na encosta da montanha
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Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Deus estava bus-
cando encaminhar-lhes o espírito às profecias de Isaías quanto ao
sofrimento do Salvador; mas não queriam ouvir.
Houvessem os mestres e guias de Israel se submetido a Sua graça
transformadora, e Jesus deles teria feito embaixadores Seus entre
os homens. Na Judéia fora primeiro proclamada a vinda do reino, e
primeiro fora feito o chamado ao arrependimento. No ato de expulsar
os profanadores do templo de Jerusalém, Jesus Se anunciara como
o Messias — Aquele que devia purificar a alma da contaminação
do pecado, e tornar Seu povo um templo santo para o Senhor. Mas
os dirigentes judaicos não se quiseram humilhar para receber o
humilde Mestre de Nazaré. Em Sua segunda visita a Jerusalém,
foi Ele acusado perante o Sinédrio, e unicamente o temor do povo
impedira esses dignitários de tentar tirar-Lhe a vida. Foi então que,
deixando a Judéia, iniciou Seu ministério na Galiléia.
Sua obra ali prosseguira por alguns meses antes de Ele fazer o
Sermão do Monte. A mensagem que proclamara através da Terra —
“É chegado o reino dos Céus” (
Mateus 4:17
) — atraíra a atenção
[3]
de todas as classes, ateando-lhes ainda mais a chama de suas ambi-
ciosas esperanças. A fama do novo Mestre estendera-se para além
dos limites da Palestina e, não obstante a atitude dos superiores,
propagava-se o sentimento de que Este poderia ser o esperado Li-
bertador. Grandes multidões retardavam os passos de Jesus, e subia
de ponto o entusiasmo popular.
Chegara o tempo em que os discípulos que mais de perto se
haviam ligado a Cristo, se Lhe uniram mais diretamente à obra, a
fim de que essas vastas multidões não fossem deixadas sem cui-
dado, como ovelhas que não tinham pastor. Alguns desses discípulos
se haviam unido a Ele no início de Seu ministério, e quase todos
os doze tinham vivido juntos, como membros da família de Jesus.
Todavia também eles, mal-orientados pelos ensinos dos rabis, parti-
lhavam da expectação popular de um reino terrestre. Não podiam
compreender a maneira de agir de Jesus. Já tinham ficado perplexos
e perturbados por Ele não fazer nenhum esforço para fortalecer Sua
causa mediante o granjear o apoio dos sacerdotes e rabis, por nada
fazer para estabelecer Sua autoridade como rei terrestre.
Grande era a obra ainda a fazer por esses discípulos antes de se
acharem preparados para a sagrada missão que lhes seria confiada