As bem-aventuranças
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discípulos antes da crucifixão, Jesus disse: “E por eles Me santifico a
Mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.”
João 17:19
. Semelhantemente os cristãos que são purificados por
meio da verdade possuirão qualidades salvadoras, que preservarão o
mundo da inteira corrupção moral.
O sal deve ser misturado com a substância em que é posto; é pre-
ciso que penetre a fim de conservar. Assim, é com o contato pessoal
e a convivência que os homens são alcançados pelo poder salvador
do evangelho. Não são salvos em massa, mas como indivíduos. A
influência pessoal é um poder. Cumpre-nos achegar-nos àqueles a
quem desejamos beneficiar.
O sabor do sal representa o poder do cristão — o amor de Jesus
no coração, a justiça de Cristo penetrando a vida. O amor de Cristo é
de natureza a difundir-se e penetrar. Caso em nós habite, fluirá para
outros. Havemos de aproximar-nos deles tanto que seu coração seja
aquecido por nosso abnegado interesse e amor. Os crentes sinceros
difundem uma energia vital, penetrante, que comunica nova força
moral às almas por quem trabalham. Não é o poder do próprio
homem, mas o do Espírito Santo, que opera a obra transformadora.
Jesus acrescentou a solene advertência: “E se o sal for insípido,
com que se há de salgar? para nada mais presta senão para se lançar
fora, e ser pisado pelos homens.”
Enquanto ouviam as palavras de Cristo, o povo podia ver o
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alvo sal brilhando nas veredas onde fora lançado por haver perdido
o seu sabor, tornando-se portanto inútil. Isto bem representava as
condições dos fariseus, e o efeito de sua religião sobre a sociedade.
Representa a vida de toda alma de quem se apartou o poder da graça
de Deus, e que se tornou fria e destituída de Cristo. Seja qual for sua
profissão de fé, essa pessoa é considerada pelos homens e os anjos
insípida e desagradável. É a tais pessoas que Cristo diz: “Oxalá foras
frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente,
vomitar-te-ei da Minha boca.”
Apocalipse 3:15, 16
.
Sem uma viva fé em Cristo como Salvador pessoal, é impos-
sível fazer com que nossa influência seja sentida em um mundo
cético. Não podemos dar a outros aquilo que nós mesmos não pos-
suímos. É proporcionalmente à nossa própria devoção e consagração
a Cristo, que exercemos uma influência para benefício e erguimento
da humanidade. Caso não haja real serviço, nem genuíno amor, nem