O verdadeiro motivo no serviço
67
Aquele que dá crescentes talentos aos que sabiamente desenvol-
veram os dons que lhes foram confiados, agrada-Se de reconhecer o
serviço de Seu povo crente no Amado, mediante cuja graça e força
eles agiram. Aqueles que houverem buscado o desenvolvimento e a
perfeição do caráter cristão mediante o exercício de suas faculdades
em boas obras hão de, no mundo por vir, ceifar aquilo que semearam.
A obra iniciada na Terra há de atingir sua consumação naquela vida
mais elevada e santa que se perpetuará por toda a eternidade.
“Quando orares, não sejas como os hipócritas.” Mateus 6:5.
Os fariseus tinham horas designadas para oração; e quando,
como freqüentemente acontecia, eles estavam fora, no tempo de-
terminado para isso, paravam onde estivesse — talvez na rua ou
nos lugares de comércio, entre as multidões apressadas — e ali,
em altas vozes, repetiam suas formais orações. Tal culto, prestado
apenas para glorificação própria, suscitou severa censura da parte
[84]
de Jesus. Ele não desanimou, entretanto, a oração em público; pois
Ele mesmo orou com os Seus discípulos e na presença da multidão.
Ensina, porém, que a oração particular não deve ser feita em público.
Na devoção íntima nossas orações não devem chegar aos ouvidos de
ninguém mais senão do Deus que ouve as orações. Nenhum ouvido
curioso deve receber o fardo de tais petições.
“Quando orares, entra no teu aposento.” Tende um lugar para a
oração particular. Jesus tinha lugares especiais para comunhão com
Deus, e o mesmo devemos fazer. Precisamos retirar-nos freqüente-
mente para algum canto, por humilde que seja, onde nos possamos
encontrar a sós com Deus.
“Ora a teu Pai que está em oculto.” Podemos, em nome de
Jesus, chegar à presença de Deus com confiança infantil. Homem
algum precisa servir de mediador. Mediante Jesus, é-nos dado abrir
o coração a Deus como a alguém que nos conhece e ama.
No lugar secreto de oração, onde nenhuns olhos senão os de
Deus nos podem ver, ouvido algum senão o Seu pode escutar, é-
nos dado exprimir nossos mais íntimos desejos e anelos ao Pai de
infinita piedade. E, no sossego e silêncio da alma, aquela voz que
jamais deixa de responder ao clamor da necessidade humana, falará
ao nosso coração.