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O Maior Discurso de Cristo
Cristo.”
Efésios 4:32
. Que Cristo, a divina Vida, habite em vós, e
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manifeste por vosso intermédio o amor de origem celeste que irá
inspirar esperança no desalentado e levar paz ao coração ferido pelo
pecado. Ao aproximar-nos de Deus, eis a condição que temos de
satisfazer ao pisar o limiar — que, recebendo misericórdia de Sua
parte, nos entreguemos a nós mesmos para revelar a outros Sua
graça.
O elemento essencial para que possamos receber e comunicar
o amor perdoador de Deus, é conhecer e crer o amor que Ele nos
tem.
1 João 4:16
. Satanás opera por meio de todo engano de que
pode dispor a fim de não distinguirmos esse amor. Levar-nos-á a
pensar que nossas faltas e transgressões têm sido tão ofensivas que
o Senhor não tomará em consideração nossas orações, e não nos
abençoará nem salvará. Não podemos ver em nós mesmos senão
fraqueza, coisa alguma que nos recomende a Deus, e Satanás nos
diz que é inútil; não podemos remediar nossos defeitos de caráter.
Quando tentamos ir ter com Deus, o inimigo segreda: “Não adianta
orares; não praticaste aquela má ação? Não pecaste contra Deus,
e não violaste tua consciência?” Temos, porém, o direito de dizer
ao inimigo que “o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica
de todo pecado”.
1 João 1:7
. Quando sentimos que pecamos, e
não nos é possível orar, é o momento de orar. Talvez nos sintamos
envergonhados e profundamente humilhados; devemos, porém, orar
e crer. “Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação, que Cristo
Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o
principal.”
1 Timóteo 1:15
. O perdão, a reconciliação com Deus,
não nos é concedido, como recompensa por nossas obras, não é
outorgado em virtude dos méritos de homens pecadores, mas é
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uma dádiva feita a nós, a qual tem na imaculada justiça de Cristo o
fundamento de Sua disposição.
Não devemos procurar diminuir nossa culpa escusando o pecado.
Cumpre-nos aceitar a divina avaliação do pecado, e essa é deveras
pesada. Unicamente o Calvário pode revelar a terrível enormidade
do pecado. Caso devêssemos suportar nossa própria culpa, ela nos
esmagaria. Mas o Inocente tomou-nos o lugar; conquanto não a
merecesse, Ele carregou com a nossa iniqüidade. “Se confessarmos
os nossos pecados”, Deus “é fiel e justo para nos perdoar os pecados,
e nos purificar de toda a injustiça.”
1 João 1:9
. Gloriosa verdade!