Página 96 - O Maior Discurso de Cristo (2008)

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O Maior Discurso de Cristo
nos por caminhos seguros. Não podemos fazer essa oração com
sinceridade, e ainda decidir trilhar qualquer senda de nossa própria
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escolha. Esperaremos Sua mão para nos conduzir; escutar-Lhe-emos
a voz, dizendo: “Este é o caminho, andai nele.”
Isaías 30:21
.
É perigoso deter-nos a considerar as vantagens que poderemos
colher em ceder às sugestões de Satanás. O pecado implica em de-
sonra e ruína para toda alma que com ele condescende; sua natureza,
porém, é de molde a cegar e iludir, e nos engodará com lisonjeiras
perspectivas. Caso nos aventuremos no terreno do inimigo, não te-
mos nenhuma garantia de proteção contra o seu poder. Cumpre-nos,
no que de nós depender, cerrar toda entrada pela qual ele possa
encontrar acesso à alma.
A súplica: “Não nos deixes cair em tentação”, é em si mesma
uma promessa. Se nos entregamos a Deus, temos a certeza de que Ele
“vos não deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação
dará também o escape, para que a possais suportar”.
1 Coríntios
10:13
.
A única salvaguarda contra o mal é a presença de Cristo no
coração mediante a fé em Sua justiça. É por causa da existência do
egoísmo em nosso coração, que a tentação tem poder sobre nós. Ao
contemplarmos, no entanto, o grande amor de Deus, o egoísmo se
nos apresenta em seu horrível e repugnante caráter, e nosso desejo é
vê-lo expelido da alma. À medida que o Espírito Santo glorifica a
Cristo, nosso coração é abrandado e subjugado, as tentações perdem
sua força, e a graça de Cristo transforma o caráter.
Cristo jamais abandonará a alma por quem morreu. A alma po-
derá deixá-Lo, e ser vencida pela tentação; Cristo, porém, não pode
nunca Se desviar daquele por quem pagou o resgate com a própria
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vida. Fosse nossa visão espiritual vivificada, e veríamos almas verga-
das sob a opressão e carregadas de desgosto, oprimidas como o carro
sob os molhos, e prestes a morrer em desalento. Veríamos anjos vo-
ando celeremente em auxílio desses tentados, os quais se encontram
como às bordas de um precipício. Os anjos celestes impelem para
trás as hostes malignas que circundam essas almas, induzindo-as a
pôr os pés no firme fundamento. As batalhas travadas entre os dois
exércitos são tão reais como os combates entre os exércitos deste
mundo, e do resultado do conflito dependem destinos eternos.