Palavras aos avançados em anos
221
Se formos fiéis até ao fim, o Senhor nos dará uma imarcescível coroa
de vida.
Os porta-estandartes idosos estão longe de ser inúteis e deverem
ser postos à margem. Têm a desempenhar na obra um papel seme-
lhante ao de João. Podem dizer: “O que era desde o princípio, o que
ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contem-
plado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (porque a vida
foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos
a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada); o que
vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais co-
munhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com Seu Filho
Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se
cumpra. E esta é a mensagem que dEle ouvimos, e vos anunciamos:
que Deus é luz, e não há nEle trevas nenhumas. Se dissermos que
temos comunhão com Ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não
praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz
está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo,
Seu Filho, nos purifica de todo o pecado.”
1 João 1:1-7
.
Este era o espírito e a vida da mensagem que João apresentou a
todos quando já velho, aproximando-se dos cem anos de idade. Os
[224]
porta-estandartes empunham firmes as suas bandeiras. Não afrou-
xam as mãos que empunham o pavilhão da verdade, até que de-
ponham a armadura. Uma a uma as vozes dos velhos guerreiros
silenciam. Vaga o seu lugar. Não os vemos mais, mas eles, mortos
ainda falam, pois seguem-nos as suas obras. Tratemos com muita
ternura os poucos peregrinos idosos que restam, tendo-os em alta
estima, por amor de suas obras. Ao tornarem-se as suas faculdades
gastas e debilitadas, é de valor o que dizem. Sejam entesouradas
suas palavras, como testemunho precioso. Que os jovens e os novos
obreiros não desprezem, ou em qualquer sentido mostrem indife-
rença para com os homens de cabelos brancos, mas se levantem e
lhes chamem bem-aventurados. Devem considerar que eles mesmos
entraram nos trabalhos desses homens. Desejaríamos que houvesse
muito mais do amor de Cristo no coração de nossos crentes, por
aqueles que foram os primeiros na proclamação da mensagem. —
Manuscrito 33, 1890
.