Fortaleza na aflição
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“Minha graça te basta” (
2 Coríntios 12:9
), tem-se cumprido no meu
caso. Não pode haver dúvida de minha parte. Minhas horas de dor
tem sido horas de oração, pois tenho sabido a quem levar minhas
tristezas. Tenho o privilégio de robustecer minhas forças débeis,
lançando mão do poder infinito. Dia e noite me firmo sobre a sólida
rocha das promessas de Deus.
Meu coração se dilata para Jesus, em amorosa confiança. Ele
sabe o que é melhor para mim. Solitárias seriam minhas noites se
eu não reclamasse a promessa: “Invoca-Me no dia da angústia; Eu
te livrarei, e tu Me glorificarás.”
Salmos 50:15
. —
Manuscrito 19,
1892
.
Lições aprendidas nos meses de sofrimento
Tenho passado por grande prova, em forte sofrimento e desam-
paro, mas através de tudo tenho alcançado uma preciosa experiência,
que me é mais valiosa do que ouro. Quando pela primeira vez me
convenci de que teria de desistir de meus acarinhados planos de
visitar as igrejas na Austrália e Nova Zelândia, pus seriamente em
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dúvida se fora meu dever deixar a América e vir para este país lon-
gínquo. Meus sofrimentos eram agudos. Muitas horas insones da
noite passei em recordar muitas vezes nossa experiência desde que
deixáramos a Europa rumo da América, e isto tem sido contínua cena
de ansiedade, sofrimento e encargos. Então pensei: Que significa
tudo isto?
Recapitulei cuidadosamente a história dos últimos poucos anos
e da obra que o Senhor me deu para fazer. Nem uma única vez
faltou-me Ele, e muitas vezes Se me manifestou de modo notável,
e vi que nada eu tinha de que me queixar, mas ao contrário, inci-
dentes preciosos que, quais fios de ouro, percorriam toda a minha
experiência. O Senhor compreendeu melhor do que eu as coisas de
que eu precisava, e senti que Ele me atraía para muito perto de Si,
e eu devia ser cuidadosa em não ditar a Deus quanto ao que devia
fazer comigo. Esta irreconciliação verificou-se no princípio de meus
sofrimentos e desamparo, mas não demorou que eu sentisse que
minha enfermidade era parte do plano de Deus. Descobri que, às
vezes deitada e às vezes sentada, eu podia colocar-me em posição
na qual podia usar as mãos aleijadas, e embora sofrendo muita dor,