A doutrina da “carne santa”
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No período da decepção, depois da passagem do tempo em 1844,
levantou-se o fanatismo em várias formas. Alguns sustentavam que
a ressurreição dos mortos já tivera lugar. Foi-me mandado dar uma
mensagem aos que acreditavam nisto, assim como estou hoje apre-
sentando uma mensagem a vós. Eles declaravam que estavam perfei-
tos, que corpo, alma e espírito estavam santos. Tinham manifestações
semelhantes às que há entre vós, e confundiam a própria mente e a
dos outros com suas maravilhosas suposições. Todavia essas pes-
soas eram irmãos nossos amados, e anelávamos ajudá-los. Fui a
suas reuniões. Havia excitação, com ruído e confusão. Não se podia
distinguir uma coisa da outra. Alguns pareciam estar em visão, e
caíam por terra. Outros pulavam, dançavam e gritavam. Declaravam
que, como sua carne estivesse purificada achavam-se prontos para a
trasladação. Isto repetiam e repetiam. Dei meu testemunho em nome
do Senhor, manifestando Sua reprovação a essas manifestações.
Alguns que se achavam empenhados nesses movimentos foram
levados à sã razão, e viram seu engano. Alguns haviam sido pessoas
excelentes, sinceras, mas julgavam que a carne santificada não podia
pecar, sendo assim apanhados na armadilha de Satanás. Haviam
levado tão longe suas fortes idéias, que se tornaram um vitupério
à causa preciosa de Deus. Esses se arrependeram amargamente, e
alguns deles se acharam posteriormente entre os homens e mulheres
mais fidedignos. Outros, porém, andaram depois sempre em tristeza.
Não nos foi possível, em tempo algum fazê-los sentir que eram
dignos de trabalhar para o Mestre, cuja causa preciosa eles haviam
tão grandemente desonrado.
Em resultado de movimentos fanáticos como os que acabo de
descrever, pessoas que não eram de modo algum responsáveis por
eles, em alguns casos, perderam a razão. Não podiam harmonizar
as cenas de excitação e tumulto com sua preciosa experiência pas-
sada; foram extraordinariamente pressionadas a receber a mensagem
do erro; foi-lhes representado que a menos que o fizessem, iriam
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perder-se; e em resultado disso, ficaram desequilibradas, e algumas
loucas. Estas coisas trazem opróbrio à causa da verdade, e entravam
a proclamação da última mensagem de misericórdia ao mundo.