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Obreiros Evangélicos
Onde quer que estivesse — fosse diante dos sisudos fariseus,
ou das autoridades romanas; fosse diante da furiosa plebe de Listra
ou dos condenados pecadores do calabouço da Macedônia; fosse
arrazoando com os marinheiros tomados de pânico, do navio prestes
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a naufragar, ou estando sozinho diante de Nero, para pleitear por sua
vida — ele nunca se envergonhou da causa que defendia. O grande
propósito de sua vida cristã fora servir Aquele cujo nome outrora
o enchera de desprezo, e desse propósito nenhuma oposição ou
perseguição fora capaz de afastá-lo. Sua fé, fortalecida pelo esforço
e purificada pelo sacrifício, o sustinha e fortalecia.
“Tu, pois, meu filho”, continua Paulo, “fortifica-te na graça que
há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas,
ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também
ensinarem os outros. Sofre pois, comigo, as aflições como bom
soldado de Jesus Cristo.”
2 Timóteo 2:1-3
.
O verdadeiro ministro de Deus não se esquiva a trabalhos ou
responsabilidades. Da Fonte que nunca decepciona aos que since-
ramente buscam o poder divino, tira ele fortaleza que o capacita a
enfrentar e vencer a tentação, e a executar as tarefas que Deus sobre
ele coloca. A natureza da graça que recebe, amplia sua capacidade
para conhecer a Deus e a Seu Filho. Sua alma se expande num de-
sejo anelante de fazer para o Mestre trabalho aceitável. E enquanto
avança na vereda cristã, torna-se forte “na graça que há em Cristo
Jesus”. Esta graça dá-lhe o poder de ser fiel testemunha das coisas
que ouviu. Ele não despreza ou negligencia o conhecimento que
recebeu de Deus, mas transmite esse conhecimento a homens fiéis,
os quais por sua vez ensinam a outros.
Nesta sua última carta a Timóteo, Paulo expôs perante o obreiro
mais jovem um alto ideal, apontando os deveres que sobre ele im-
pendiam como ministro de Cristo. “Procura”, escreve o apóstolo,
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“apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” “Foge também
dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade, e a paz
com os que, com um coração puro, invocam o Senhor. E rejeita as
questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas.
E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para
com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão
os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento