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Obreiros Evangélicos
trabalhando por elas em verdadeira sinceridade e fé, ensinando-lhes
o caminho da vida.
Há no ministério homens que obtêm aparente êxito dominando
os espíritos por meio de influência humana. Eles jogam à vontade
com as emoções, fazendo os ouvintes chorar, e dentro de alguns
minutos rir. Com um trabalho desta espécie, muitos são, por im-
pulso, levados a professar a Cristo, e supõe-se haver um maravilhoso
reavivamento; mas, ao sobrevir a prova, o trabalho não perdura. Os
sentimentos são excitados, e muitos são levados com a onda que
parece dirigir-se para o Céu; mas, na forte corrente da tentação,
volvem atrás, como um galho flutuante. O obreiro se engana a si
mesmo, e extravia seus ouvintes.
Os ministros se devem acautelar para não impedir os desígnios
de Deus com planos próprios. Muitos se acham em perigo de ames-
quinhar a obra de Deus, e limitá-la a certas localidades, e não cultivar
especial interesse pela causa em todos os seus vários departamentos.
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Alguns há, que concentram a mente sobre um assunto, com
exclusão de outros que podem ser de igual importância. São homens
de uma única idéia. Toda a energia de seu ser se concentra sobre
o assunto em que a mente é exercitada no momento. Esse tema
favorito é a sua preocupação, seja pensando, seja a palestrar. Todas
as outras considerações se perdem de vista. Toda a prova que se
relaciona com aquele assunto, é ansiosamente apreendida, sendo
considerada por tanto tempo, que as mentes se fatigam em segui-la.
Alguns ministros cometem o erro de pensar que o sucesso de-
pende de arrastar uma grande congregação pelo aparato exterior,
anunciando depois a mensagem da verdade em estilo teatral. Isso,
porém, é empregar fogo comum, em lugar de fogo sagrado ateado
por Deus. O Senhor não é glorificado por essa maneira de trabalhar.
Não por meio de notícias sensacionais e dispendiosas exibições, há
de Sua obra ser levada a cabo, mas seguindo os métodos de Cristo.
“Não por força nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o
Senhor dos Exércitos.”
Zacarias 4:6
. É a verdade nua que, qual es-
pada aguda de dois gumes, corta de ambos os lados, despertando
para a vida espiritual os que se acham mortos em ofensas e pecados.
Os homens hão de reconhecer o evangelho, quando este lhes for
apresentado em harmonia com os desígnios de Deus.
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