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Obreiros Evangélicos
fraternidade comum, iguais perante Deus. Nenhuma questão política
Lhe influenciava a maneira de agir. Não fazia diferença alguma entre
vizinhos e estranhos, amigos e inimigos. O que tocava Seu coração
era uma alma sedenta pelas águas da vida.
Não passava nenhum ser humano por alto como indigno, mas
procurava aplicar a toda alma o remédio capaz de sarar. Em qualquer
companhia em que Se encontrasse, apresentava uma lição adequada
ao tempo e às circunstâncias. Cada negligência ou insulto da parte
de alguém para com seu semelhante, servia apenas para O fazer
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mais consciente da necessidade que tinham de Sua simpatia divino-
humana. Procurava inspirar esperança aos mais rudes e menos pro-
missores, prometendo-lhes a certeza de que haveriam de tornar-se
irrepreensíveis e inocentes, alcançando um caráter que manifestaria
serem filhos de Deus.
Muitas vezes Jesus encontrava pessoas que haviam caído no
poder de Satanás, e que não tinham forças para romper os laços. A
essas criaturas, desanimadas, doentes, tentadas, caídas costumava
dirigir palavras da mais terna piedade, palavras adequadas, e que
podiam ser compreendidas. Outros se Lhe deparavam que estavam
empenhados numa luta renhida com o adversário das almas. A esses
Ele animava a perseverar, assegurando-lhes que haviam de triunfar,
pois anjos de Deus se achavam a seu lado e lhes dariam a vitória.
À mesa dos publicanos Ele Se sentava como hóspede de honra,
mostrando por Sua simpatia e benevolência social que reconhecia
a dignidade humana; e os homens anelavam tornar-se dignos de
Sua confiança. Sobre seu coração sedento, as palavras dEle caíam
como bendito poder, vivificante. Novos impulsos eram despertados,
e abria-se, para esses párias da sociedade, a possibilidade de vida
nova.
Conquanto fosse judeu, Jesus Se associava sem reserva com os
samaritanos, deitando assim por terra os costumes farisaicos de Sua
nação. A despeito de seus preconceitos, Ele aceitou a hospitalidade
desse povo desprezado. Dormia com eles sob seu teto, comia à mesa
deles — compartilhando da comida preparada e servida por suas
mãos — ensinava em suas ruas, e tratava-os com a maior bondade e
cortesia. E ao passo que lhes atraía o coração pelos laços de humana
simpatia, Sua divina graça levava-lhes a salvação que os judeus
rejeitavam. —
A Ciência do Bom Viver, 17-26
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