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Parábolas de Jesus
porém não podem morrer no silêncio, nem perder-se no tumulto dos
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afazeres diários. Nada pode sufocar o desejo da alma. Alça-se sobre
o barulho das ruas e a confusão da multidão, às cortes celestiais. É a
Deus que falamos e nossa oração é atendida.
Você que se sente o mais indigno, não tema confiar seu caso a
Deus. Quando Se entregou a Si mesmo em Cristo pelos pecados
do mundo, assumiu Ele o caso de todo pecador. “Aquele que nem
mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes, O entregou por todos nós,
como nos não dará também com Ele todas as coisas?”
Romanos
8:32
. Não cumprirá Ele a graciosa palavra que nos deu para nos
animar e fortalecer?
Cristo nada mais anela que redimir do domínio de Satanás Sua
herança. Todavia, antes de sermos libertos do poder de Satanás
exteriormente, precisamos ser redimidos de seu poder interior. O
Senhor permite provações, para sermos purificados do mundanismo,
do egoísmo, de traços de caráter grosseiros e não semelhantes aos
de Cristo. Tolera que passem sobre nosso ser as águas profundas
da tribulação, para que O conheçamos, e a Jesus Cristo, a quem
enviou, para que experimentemos o desejo intenso de ser purificados
de toda a contaminação, e saiamos da prova mais puros, santos e
felizes. Muitas vezes entramos na fornalha da provação com a alma
entenebrecida pelo egoísmo; se, porém, permanecermos pacientes
sob a prova cruciante, refletiremos, ao dela sair, o caráter divino. Se
Seu propósito na aflição for alcançado, “fará sobressair a tua justiça
como a luz; e o teu juízo, como o meio-dia”.
Salmos 37:6
.
Não há perigo de que o Senhor despreze as orações de Seu povo.
O perigo está em que desanimem na tentação e prova e deixem de
perseverar em oração.
O Salvador demonstrou divina compaixão para com a mulher
siro-fenícia. Comoveu-Se-Lhe o coração ao ver sua aflição. Anelava
dar-lhe imediata segurança de que sua oração fora atendida; porém
desejava dar aos discípulos uma lição, e por um tempo pareceu des-
prezar o clamor daquele coração torturado. Depois de ser manifesta
a Sua fé, falou-lhe palavras de louvor e enviou-a com a preciosa
bênção pela qual orava. Os discípulos jamais esqueceram essa lição;
e foi registrada para mostrar o resultado da oração perseverante.
Cristo mesmo colocou no coração daquela mãe a persistência
que não se deixa repelir. Cristo foi quem deu àquela suplicante