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Capítulo 15 — A esperança da vida
Este capítulo é baseado em
Lucas 15:1-10
.
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Congregando-se os “publicanos e pecadores” em volta de Cristo,
os rabinos exprimiram seu desagrado. “Este recebe pecadores”,
disseram, “e come com eles.”
Lucas 15:1, 2
.
Por esta acusação insinuaram que Cristo tinha prazer em associar-
Se com os pecadores e vis, e era insensível à sua impiedade. Os
rabinos ficaram desapontados com Jesus. Por que era que Aquele
que pretendia ter tão elevado caráter não Se relacionava com eles, e
não seguia seus métodos de ensino? Por que andava tão despretensio-
samente, atuando entre todas as classes? Se fosse profeta verdadeiro,
diziam, estaria em harmonia com eles e trataria os publicanos e pe-
cadores com a indiferença que mereciam. Irritava a esses guardiões
da sociedade, que Aquele com quem tinham constantes disputas,
cuja pureza de vida os aterrorizava e condenava, Se relacionasse em
aparente simpatia com os párias da sociedade. Não Lhe aprovavam
os métodos. Consideravam-se muito ilustrados, cultos e preeminen-
temente religiosos; mas o exemplo de Cristo lhes desmascarou o
egoísmo. Enfadava-os também que os que manifestavam unicamente
desprezo aos rabinos, e nunca eram vistos nas sinagogas, se agregas-
sem ao redor de Jesus e, com atenção arrebatada, Lhe escutassem
as palavras. Os escribas e fariseus sentiam-se reprovados naquela
presença pura; mas como se podia dar que os publicanos e pecadores
se sentissem atraídos a Jesus?
Não sabiam que a explicação estava justamente nas palavras que
pronunciaram, como insultuosa acusação: “Este recebe pecadores.”
Lucas 15:2
. As pessoas que iam ter com Jesus sentiam em Sua pre-
sença que mesmo para elas havia escape do abismo do pecado. Os
fariseus para elas só tinham escárnio e condenação; Cristo, porém,
as saudava como filhos de Deus, que na verdade se afastaram da
casa paterna, mas não foram esquecidas pelo coração do Pai. Jus-
tamente sua miséria e pecados os tornavam tanto mais o objeto de
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