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Parábolas de Jesus
O jovem volta-se da manada de porcos e das bolotas, e dirige o
olhar para casa. Tremente de fraqueza e abatido pela fome, põe-se
a caminho com diligência. Não tem uma capa para ocultar suas
vestes esfarrapadas; mas sua miséria venceu o orgulho e apressa-se
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a suplicar a posição de trabalhador, onde outrora estava como filho.
O jovem, alegre e despreocupado, quando abandonou a mansão
paterna, pouco imaginou a dor e saudade deixadas no coração do
pai. Quando dançava e folgava com os companheiros devassos,
pouco meditava na sombra que caíra sobre a casa paterna. E agora,
enquanto percorre o caminho de volta, com cansados e doloridos
passos, não sabe que alguém aguarda a sua volta. Mas “quando
ainda estava longe” o pai distingue o vulto. O amor tem bons olhos.
Nem o definhamento causado pelos anos de pecados pode ocultar
o filho aos olhos do pai. “E se moveu de íntima compaixão, e,
correndo, lançou-se-lhe ao pescoço” num abraço terno e amoroso.
Lucas 15:20
.
O pai não permite que olhos desdenhosos vejam a miséria e as
vestes esfarrapadas do filho. Toma de seus próprios ombros o manto
amplo e valioso, e lança-o em volta do corpo combalido do filho, e
o jovem soluça seu arrependimento, dizendo: “Pai, pequei contra o
Céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho.”
Lucas
15:21
. O pai toma-o consigo e leva-o para casa. Não lhe é dada a
oportunidade de pedir a posição do trabalhador. É um filho que deve
ser honrado com o melhor que a casa pode oferecer, e ser servido e
respeitado pelos criados e criadas.
O pai diz aos servos: “Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-
lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, e trazei o
bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos, porque este
meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E
começaram a alegrar-se.”
Lucas 15:22-24
.
Em sua irrequieta juventude, o filho pródigo considerava o pai
inflexível e austero. Que diferente é sua concepção dele agora! As-
sim também os engodados por Satanás consideram Deus áspero e
severo. Vêem-nO esperando para os denunciar e condenar, como se
não tivesse vontade de receber o pecador enquanto houver uma des-
culpa legítima para não o auxiliar. Consideram Sua lei uma restrição
à felicidade humana, jugo opressor de que se alegram em escapar.
Todavia o homem cujos olhos foram abertos por Cristo, reconhe-