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Como é alcançado o perdão
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porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do
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teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indig-
nado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse
tudo o que devia.”
Mateus 18:26-34
.
Esta parábola apresenta pormenores necessários ao remate do
quadro, mas não têm homólogos em sua significação espiritual.
A atenção não deve ser divergida para eles. São ilustradas certas
verdades importantes, e estas devemos entender.
O perdão concedido por esse rei representa o perdão divino de
todo pecado. Cristo é representado pelo rei que, movido de compai-
xão, perdoou a dívida de seu servo. O homem estava sob a conde-
nação da lei quebrantada. Não podia salvar-se por si mesmo, e por
esse motivo veio Cristo ao mundo, velando Sua divindade com a
humanidade, e deu Sua vida — o Justo pelo injusto. Entregou-Se
por nossos pecados, e oferece livremente a todos o perdão comprado
com Seu sangue. “No Senhor há misericórdia, e nEle há abundante
redenção.”
Salmos 130:7
.
Eis a razão por que devemos ter compaixão de pecadores como
nós também. “Se Deus assim nos amou, também nós devemos amar
uns aos outros.”
1 João 4:11
. “De graça recebestes”, diz Cristo, “de
graça dai.”
Mateus 10:8
.
Na parábola, quando o devedor solicitou um prazo, com a pro-
messa: “Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei”, a sentença foi
revogada. Foi cancelada toda a dívida. E logo lhe foi concedida a
oportunidade de seguir o exemplo do mestre que lhe tinha perdoado.
Saindo, encontrou um conservo que lhe devia uma pequena soma. A
ele lhe haviam sido perdoados dez mil talentos, o conservo devia-lhe
cem dinheiros. Todavia, ele que havia sido tratado tão misericordio-
samente, procedeu com o conservo de maneira inteiramente oposta.
O devedor fez-lhe um apelo semelhante ao que fizera ao rei, porém,
com resultado diferente. Ele, que fora perdoado recentemente, não
foi magnânimo nem piedoso. O perdão que lhe foi demonstrado, não
o exerceu em relação a seu conservo. Não atendeu ao pedido de ser
generoso. A diminuta soma a ele devida era tudo o que pensava o
servo ingrato. Exigiu tudo que cuidava lhe ser devido, e levou a efeito
uma sentença idêntica à que lhe fora revogada tão graciosamente.
Quantos hoje em dia não manifestam o mesmo espírito! Quando
o devedor pediu ao seu senhor misericórdia, não tinha verdadeiro