Como é decidido nosso destino
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Lázaro representa o pobre sofredor que crê em Cristo. Quando
a trombeta soar e todos os que estão nas sepulturas ouvirem a voz
de Cristo e ressurgirem, receberão a recompensa; pois sua fé em
Deus não era mera teoria, mas realidade. “E morreu também o rico e
foi sepultado. E, no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos,
e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio. E, clamando, disse:
Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim e manda a Lázaro que
molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque
estou atormentado nesta chama.”
Lucas 16:22-24
.
Nesta parábola Cristo Se acercava do povo no próprio terreno
deles. A doutrina de um estado consciente de existência entre a
morte e a ressurreição era mantida por muitos dos que ouviam as
palavras de Cristo. O Salvador lhes conhecia as idéias e compôs
Sua parábola de modo a inculcar verdades importantes em lugar
dessas opiniões preconcebidas. Apresentou aos ouvintes um espelho
em que se pudessem ver em sua verdadeira relação para com Deus.
Usou a opinião predominante para exprimir a idéia de que desejava
todos ficassem imbuídos, isto é, que nenhum homem é apreciado por
suas posses; porque tudo que lhe pertence é unicamente emprestado
por Deus. O mau emprego destas dádivas colocá-lo-á abaixo dos
mais pobres e afligidos que amam a Deus, e nEle confiam.
Cristo desejava que Seus ouvintes compreendessem a impossibi-
lidade do homem assegurar-se a salvação da alma depois da morte.
Abraão é apresentado como a responder: “Filho, lembra-te de que
recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males; e,
agora, este é consolado, e tu, atormentado. E, além disso, está posto
um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem
passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar
para cá.”
Lucas 16:25, 26
. Deste modo Cristo mostra a completa
falta de esperança em aguardar uma segunda oportunidade. Esta vida
é o único tempo dado ao homem para preparar-se para a eternidade.
O rico não abandonara a crença de ser filho de Abraão, e em sua
aflição é apresentado como a pedir-lhe socorro. “Abraão, meu pai”,
orou ele, “tem misericórdia de mim.”
Lucas 16:24
. Não orou a Deus,
mas a Abraão. Assim mostrava que colocava Abraão acima de Deus,
e confiava na salvação pelo parentesco com ele. O ladrão na cruz
endereçou sua oração a Cristo. “Senhor, lembra-Te de mim, quando
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entrares no Teu reino” (
Lucas 23:42
), disse ele, e imediatamente