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Parábolas de Jesus
outros ceifando o cereal maduro. Contemplando esta cena, disse
Cristo:
“Eis que o semeador saiu a semear. E, quando semeava, uma
parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves e comeram-
na; e outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante,
e logo nasceu, porque não tinha terra funda. Mas, vindo o Sol,
queimou-se e secou-se, porque não tinha raiz. E outra caiu entre
espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na. E outra caiu em
boa terra e deu fruto: um, a cem, outro, a sessenta, e outro, a trinta.”
[9]
Mateus 13:3-8
.
A missão de Cristo não foi compreendida pelos homens de
Seu tempo. A maneira de Sua vinda não estava em harmonia com
a expectativa deles. O Senhor Jesus era o fundamento de toda a
dispensação judaica. Suas imponentes cerimônias foram ordenados
por Deus. Foram designados para ensinar ao povo, que no tempo
determinado, viria Aquele ao qual apontavam aquelas cerimônias.
Mas os judeus tinham exaltado as formalidades e cerimônias, e
perdido de vista seu objetivo. As tradições, máximas e decretos de
homens ocultavam-lhes as lições que Deus intencionava comunicar-
lhes. Essas máximas e tradições tornaram-se um obstáculo para a sua
compreensão e prática da verdadeira religião. E ao vir a realidade,
na pessoa de Cristo, não reconheceram nEle o cumprimento de
todos os símbolos, a substância de todas as sombras. Rejeitaram o
antítipo, e apegaram-se a seus tipos e cerimônias inúteis. O Filho
do homem viera, mas continuaram pedindo um sinal. À mensagem:
“Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos Céus” (
Mateus 3:2
),
respondiam exigindo um milagre. O evangelho de Cristo lhes era
uma pedra de tropeço, porque, em vez de um Salvador, pediam um
sinal. Esperavam que o Messias provasse Suas reivindicações por
vitórias brilhantes, para estabelecer Seu império sobre as ruínas de
reinos terrestres. Como resposta a essa expectativa, deu Cristo a
parábola do semeador. O reino de Deus não devia prevalecer pela
força de armas nem por intervenções violentas, mas pela implantação
de um princípio novo no coração dos homens.
“O que semeia a boa semente é o Filho do homem.”
Mateus
13:37
. Cristo viera, não como rei, mas como semeador; não para
subverter reinos, mas para espalhar a semente; não para levar Seus
seguidores a triunfos terrenos e grandezas nacionais, mas para uma