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Parábolas de Jesus
e apoderemo-nos da Sua herança.”
Mateus 21:38
. Então ser-nos-á
permitido possuir a vinha, e faremos o que nos aprouver com o fruto.
Os maiorais judeus não amavam a Deus. Por isso romperam
com Ele e rejeitaram todas as propostas para uma reconciliação
justa. Cristo, o Amado de Deus, veio para reivindicar os direitos
do Proprietário da vinha; mas os lavradores O trataram com decla-
rado desprezo, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós.
Invejavam a beleza do caráter de Cristo. Sua maneira de ensinar era
muito superior à deles e temiam Seu êxito. Argumentava com eles
desmascarando-lhes a hipocrisia, e mostrando-lhes a conseqüência
certa de seu procedimento. Isso lhes provocou a ira ao extremo.
Torturavam-se ante as repreensões que não podiam silenciar. Odia-
vam o alto padrão de justiça que Cristo constantemente apresentava.
Viam que Seus ensinos acabariam revelando seu egoísmo, e resol-
veram matá-Lo. Odiavam Seu exemplo de fidelidade e piedade, e a
elevada espiritualidade revelada em tudo quanto fazia. Toda a Sua
vida lhes era uma reprovação do egoísmo, e ao chegar a prova final,
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prova que significava obediência para vida eterna ou desobediência
para morte eterna, rejeitaram o Santo de Israel. Ao ser-lhes pedido
escolherem entre Cristo e Barrabás, exclamaram: “Solta-nos Bar-
rabás.”
Lucas 23:18
. E ao perguntar Pilatos: “Que farei, então, de
Jesus?” gritaram: “Seja crucificado!”
Mateus 27:22
. “Hei de cruci-
ficar o vosso Rei?” interrogou Pilatos; e dos sacerdotes e maiorais
veio a resposta: “Não temos rei, senão o César.”
João 19:15
. Ao lavar
Pilatos as mãos, dizendo: “Estou inocente do sangue deste justo”, os
sacerdotes uniram-se à turba ignorante, gritando exaltados: “O Seu
sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.”
Mateus 27:24, 25
.
Desse modo os guias judeus fizeram a escolha. Sua decisão
foi registrada no livro que João viu na mão dAquele que estava
assentado no trono, no livro que ninguém podia abrir. Essa decisão
lhes será apresentada em todo o seu caráter reivindicativo naquele
dia em que o livro há de ser aberto pelo Leão da tribo de Judá.
O povo judeu acariciava a idéia de que eram os favoritos do Céu,
e seriam sempre exaltados como igreja de Deus. Eram filhos de
Abraão, declaravam, e o fundamento de sua prosperidade parecia-
lhes tão firme, que desafiavam Terra e Céu para desapossá-los de
seus direitos. Por sua conduta infiel, porém, estavam-se preparando
para a condenação do Céu e separação de Deus.