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Parábolas de Jesus
“Disse, pois, Jesus: Vai e faze da mesma maneira.”
Lucas 10:37
.
Mostra o mesmo terno amor para com os necessitados. Assim de-
monstrarás que guardas toda a lei.
A grande diferença entre judeus e samaritanos era uma diferença
de crença religiosa, uma questão quanto ao que constitui o verda-
deiro culto. Os fariseus não diziam nada de bom dos samaritanos,
mas lançavam sobre eles as mais amargas maldições. Tão forte era
a antipatia entre judeus e samaritanos, que para a mulher de Sa-
maria foi estranho que Cristo lhe pedisse de beber. “Como”, disse
ela, “sendo Tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher
samaritana?” (porque, acrescenta o evangelista, “os judeus não se
comunicam com os samaritanos”).
João 4:9
. E quando os judeus
estavam tão cheios de ódio sanguinário contra Cristo que se levan-
taram no templo para apedrejá-Lo, não puderam achar melhores
palavras para exprimir o seu ódio que: “Não dizemos nós bem que
és samaritano e que tens demônio?”
João 8:48
. Além disso, o sacer-
dote e o levita negligenciaram justamente a obra de que o Senhor os
incumbira, e deixaram a um samaritano odiado e desprezado servir
a um seu compatriota.
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O samaritano cumprira o mandamento: “Amarás o teu próximo
como a ti mesmo”, mostrando assim ser mais justo que os que o
condenavam. Arriscando a vida, tratou do ferido como se fosse seu
irmão. Este samaritano representa Cristo. Nosso Salvador mani-
festou por nós um amor, que o amor humano jamais pode igualar.
Quando estávamos moídos e à morte, compadeceu-Se de nós. Não
passou de largo, não nos abandonou desamparados nem nos deixou
perecer sem esperança. Não permaneceu no lar santo e feliz onde
era amado por todos os anjos. Viu nossa cruel necessidade, advogou
nossa causa e identificou Seus interesses com os da humanidade.
Morreu para salvar os inimigos. Rogou por Seus assassinos. Apon-
tando Seu próprio exemplo, diz aos seguidores: “Isto vos mando:
que vos ameis uns aos outros” (
João 15:17
), “como Eu vos amei a
vós, que também vós uns aos outros vos ameis.”
João 13:34
.
O sacerdote e o levita haviam estado em adoração no templo
cujo serviço Deus mesmo ordenara. Participar desse culto era grande
e exaltado privilégio, e o sacerdote e o levita sentiram que sendo tão
honrados, estava abaixo de sua dignidade servir a um sofredor des-
conhecido à beira da estrada. Assim, negligenciaram a oportunidade