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Parábolas de Jesus
instrumento humano, mas, se estiver ligada à divindade de Cristo,
pode fazer todas as coisas pelo poder que Cristo lhe comunica.
O desenvolvimento gradual da planta contida na semente, é uma
lição objetiva na educação das crianças. Tem-se “primeiro, a erva,
depois, a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga”.
Marcos 4:28
.
Aquele que deu esta parábola, criou a tenra semente, deu-lhe
as propriedades vitais e ordenou as leis que lhe governam o cresci-
mento. E as verdades que ensina a parábola tornaram-se uma viva
realidade em Sua própria vida. Tanto em Sua natureza física como
na espiritual, obedecia à ordem divina do crescimento, ilustrada
pela planta, como deseja que todo adolescente faça. Embora fosse
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a Majestade do Céu, o Rei da glória, tornou-Se uma criancinha em
Belém e, durante algum tempo, representou o indefeso menino sob
os cuidados da mãe. Na infância, procedia como criança obediente.
Falava e agia com a sabedoria de criança e não de homem, honrando
os pais, e cumprindo-lhes os desejos em coisas úteis, de acordo com
sua aptidão infantil. Mas, em cada fase de Seu desenvolvimento,
era perfeito, com a graça simples e natural de uma vida inocente.
De Sua infância diz o relatório sagrado: “E o Menino crescia e Se
fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava
sobre Ele.”
Lucas 2:40
. E de Sua juventude, é narrado: “E crescia
Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os
homens.”
Lucas 2:52
.
Aqui nos é sugerido o dever dos pais e mestres. Seu empenho
deve ser cultivar as tendências dos adolescentes para que em cada
fase de sua vida representem a beleza natural apropriada a esse
período, desenvolvendo-se naturalmente como as plantas no jardim.
São mais atrativas as crianças naturais e inocentes. Não é pru-
dente dar-lhes atenção especial, e recordar diante delas seus ditos
vivazes. Não se deve animar a vaidade, louvando-lhes o olhar, suas
palavras ou os feitos; tampouco devem ser vestidas com roupas caras
e vistosas. Isto lhes inspira orgulho e provoca inveja no coração de
seus companheiros.
Os pequenos devem ser educados com simplicidade infantil.
Cumpre serem exercitados a contentar-se com os pequenos e úteis
deveres, e com os prazeres e experiências próprios da sua idade. A
infância corresponde à erva da parábola, e a erva tem em si uma
beleza peculiar. Não se deve obrigá-los à maturidade precoce, mas