Página 129 - Patriarcas e Profetas (2007)

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A prova da fé
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Filho de Deus, não foi permitido intervirem, como no caso de Isaque.
Não houve nenhuma voz a clamar: “Basta.” A fim de salvar a raça
decaída, o Rei da glória rendeu a vida. Que prova mais forte se pode
dar da infinita compaixão e amor de Deus? “Aquele que nem mesmo
a Seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós, como
nos não dará também com Ele todas as coisas?”
Romanos 8:32
.
O sacrifício exigido de Abraão não foi somente para seu próprio
bem, nem apenas para o benefício das gerações que se seguiram;
mas também foi para instrução dos seres destituídos de pecado, no
Céu e em outros mundos. O campo do conflito entre Cristo e Satanás
— campo este em que o plano da salvação se encontra formulado —
é o compêndio do Universo. Porquanto Abraão mostrara falta de fé
nas promessas de Deus, Satanás o acusara perante os anjos e perante
Deus de ter deixado de satisfazer as condições do concerto, e de
ser indigno das bênçãos do mesmo concerto. Deus desejou provar a
lealdade de Seu servo perante o Céu todo, para demonstrar que nada
menos que perfeita obediência pode ser aceito, e para patentear de
maneira mais ampla, perante eles, o plano da salvação.
Seres celestiais foram testemunhas daquela cena em que a fé
de Abraão e a submissão de Isaque foram provadas. A prova foi
muito mais severa do que aquela a que Adão havia sido submetido.
A conformação com a proibição imposta a nossos primeiros pais,
não envolvia sofrimentos; mas a ordem dada a Abraão exigia o mais
angustioso sacrifício. O Céu inteiro contemplava com espanto e
admiração a estrita obediência de Abraão. O Céu todo aplaudiu sua
fidelidade. As acusações de Satanás demonstraram-se falsas. Deus
declarou a Seu servo: “Agora sei que temes a Deus [a despeito
das acusações de Satanás], e não Me negaste o teu filho, o teu
único.” O concerto de Deus, confirmado a Abraão por um juramento
perante os seres de outros mundos, testificou que a obediência será
recompensada.
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Tinha sido difícil, mesmo para os anjos, apreender o mistério da
redenção, isto é, compreender que o Comandante do Céu, o Filho
de Deus, devia morrer pelo homem culposo. Quando foi dada a
Abraão a ordem para oferecer seu filho, isto assegurou o interesse
de todos os entes celestiais. Com ânsia intensa, observavam cada
passo no cumprimento daquela ordem. Quando à pergunta de Isaque
— “Onde está o cordeiro para o holocausto?” Abraão respondeu: