Página 157 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Jacó e Esaú
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não se originava da convicção do pecado; não desejava reconciliar-se
com Deus. Entristecia-se por causa dos resultados de seu pecado,
mas não pelo próprio pecado.
Devido à sua indiferença para com as bênçãos e preceitos di-
vinos, Esaú é nas Escrituras chamado “profano”.
Hebreus 12:16
.
Representa aqueles que têm em pouco valor a redenção a eles com-
prada por Cristo, e estão prontos para sacrificar sua herança no Céu
por amor às coisas perecíveis da Terra. Multidões vivem para o
presente, sem qualquer pensamento ou cuidado pelo futuro. Como
Esaú, clamam: “Comamos e bebamos que amanhã morreremos”.
1
Coríntios 15:32
. São governados pela inclinação; e de preferência
a praticar a abnegação renunciam às mais valiosas considerações.
No caso em que uma destas coisas deva ser abandonada — ou a
satisfação de um apetite depravado, ou as bênçãos celestiais pro-
metidas somente ao abnegado e temente a Deus — prevalecem as
exigências do apetite, e Deus e o Céu são virtualmente desprezados.
Quantos, mesmo dos professos cristãos, aderem a certas satisfações
que são prejudiciais à saúde, e que embotam as sensibilidades da
alma! Quando se apresenta o dever de se purificarem de toda a imun-
dícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de
Deus, escandalizam-se. Vêem que não podem reter estas nocivas
satisfações e ao mesmo tempo alcançar o Céu; e concluem que, visto
ser o caminho da vida eterna tão estreito, não mais andarão nele.
Multidões estão a vender seu direito de primogenitura pela satis-
fação sensual. A saúde é sacrificada, as faculdades mentais enfraque-
cidas, e perdido o Céu; e tudo por um simples prazer temporário —
condescendência que debilita e avilta ao mesmo tempo. Assim como
Esaú despertou-se para ver a loucura de sua permuta precipitada
quando era demasiado tarde para recuperar sua perda, assim será no
dia de Deus para aqueles que houverem trocado sua herança no Céu
pela satisfação egoísta.
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