Página 177 - Patriarcas e Profetas (2007)

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A volta para Canaã
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estavam em suas orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho
que está junto a Siquém”.
Gênesis 35:4
.
Deus fizera com que um temor caísse sobre os habitantes da
terra, de modo que não fizessem tentativa alguma para vingarem o
morticínio de Siquém. Os viajantes chegaram a Betel sem serem
molestados. Ali o Senhor apareceu de novo a Jacó, e renovou-lhe a
promessa do concerto. “E Jacó pôs uma coluna no lugar onde falara
com Ele, uma coluna de pedra”.
Gênesis 35:14
.
Em Betel, Jacó veio a chorar a perda de uma pessoa que durante
muito tempo fora um membro honrado na família de seu pai —
Débora, a ama de Rebeca, que havia acompanhado a sua senhora,
da Mesopotâmia à terra de Canaã. A presença dessa mulher idosa
fora para Jacó um laço precioso que o ligava à sua vida primitiva, e
especialmente à mãe cujo amor para com ele havia sido tão forte e
terno. Débora foi sepultada com expressões de tão grande tristeza
que o carvalho, sob o qual sua sepultura foi feita, foi chamado “car-
valho de pranto”. Não deveria passar despercebido que a memória
de sua vida de fiel serviço, e do pranto por esta amiga da casa, foi
tida por digna de ser preservada na Palavra de Deus.
[142]
De Betel havia apenas dois dias de viagem para Hebrom; mas
esta viagem trouxe a Jacó uma severa dor pela morte de Raquel.
Duas vezes o serviço de sete anos prestara ele por amor a ela, e
seu amor tornara leve o trabalho. Quão profundo e constante foi
aquele amor, revelou-se quando, muito mais tarde, achando-se Jacó
no Egito, no leito, próximo de sua morte, José veio visitar o pai, e o
idoso patriarca, lançando um olhar à sua vida passada, disse: “Vindo
pois eu de Padã, me morreu Raquel na terra de Canaã, no caminho,
quando ainda ficava um pequeno espaço de terra para vir a Efrata; e
eu a sepultei ali, no caminho de Efrata”.
Gênesis 48:7
. Na história
de sua longa e trabalhosa vida, em relação à sua família, unicamente
a perda de Raquel foi lembrada.
Antes de sua morte, Raquel deu à luz um segundo filho. Com o
último alento deu ela à criança o nome de Benoni, “filho de minha
dor”. Mas seu pai chamou-o Benjamim, “filho da destra”, ou “minha
força”. Raquel foi sepultada onde morreu, e uma coluna foi erguida
no local para perpetuar sua memória.