Página 249 - Patriarcas e Profetas (2007)

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O êxodo
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salvariam a sua glória, bem como recuperariam os serviços de seus
escravos.
Os hebreus estavam acampados ao lado do mar, cujas águas apre-
sentavam uma barreira aparentemente intransponível diante deles,
enquanto, ao Sul, uma áspera montanha lhes obstruía o avança-
mento. Subitamente viram a distância a armadura luzente e os carros
a moverem-se, pressagiando a guarda avançada de um grande exér-
cito. Aproximando-se a força, os exércitos do Egito logo foram
vistos em plena perseguição. O terror encheu os corações de Israel.
Alguns clamavam ao Senhor, mas a grande maioria ia apressada-
mente a Moisés com suas queixas: “Não havia sepulcros no Egito,
para nos tirares de lá, para que morramos neste deserto? Por que
nos fizeste isto, que nos tens tirado do Egito? Não é esta a palavra
que te temos falado no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos
aos egípcios? pois que melhor nos fora servir aos egípcios do que
morrermos no deserto”.
Êxodo 14:10-22
.
Moisés ficou grandemente perturbado por seu povo manifestar
tão pouca fé em Deus, apesar de terem repetidamente testemunhado a
manifestação de Seu poder em favor deles. Como poderiam acusá-lo
dos perigos e dificuldades de sua situação, quando ele havia seguido
o mando expresso de Deus? Na verdade, não havia possibilidade de
salvamento, a menos que o próprio Deus interviesse para os livrar;
mas, tendo sido levados àquela situação em obediência à instrução
divina, Moisés não tinha receio das conseqüências. Sua resposta
calma e afirmativa ao povo foi: “Não temais; estai quietos, e vede o
livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que
hoje vistes, nunca mais vereis para sempre. O Senhor pelejará por
vós, e vos calareis.”
[199]
Não era coisa fácil conservar as hostes de Israel em espera,
perante o Senhor. Faltando-lhes disciplina e domínio próprio,
tornavam-se violentos e desarrazoados. Esperavam cair imediata-
mente nas mãos de seus opressores, e seus prantos e lamentações
eram altos e intensos. A maravilhosa coluna de nuvem tinha sido
seguida como sinal de Deus, para prosseguirem; mas agora entre si
discutiam se acaso não poderia ela prefigurar alguma grande calami-
dade; pois que não os havia a mesma conduzido pelo lado errado da
montanha, para um caminho intransitável? Assim o anjo de Deus
pareceu às suas iludidas mentes como o prenúncio da desgraça.