O êxodo
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acumuladas, sibilando, rugindo, e ávidas de sua presa, uniram-se
violentamente, e tragaram o exército egípcio em suas negras profun-
didades.
Quando rompeu a manhã, esta revelou às multidões de Israel
tudo que restava do seu poderoso adversário: os corpos, vestidos
de malha, arremessados à praia. Do mais terrível perigo restara um
completo livramento. Aquela vasta e indefesa multidão — escravos
não acostumados à batalha, mulheres, crianças e gado, com o mar
diante de si, e os poderosos exércitos do Egito fazendo pressão
na retaguarda — vira seu caminho aberto através das águas e os
inimigos submersos no momento do esperado triunfo. Apenas Jeová
lhes trouxera livramento, e para Ele volveram os corações com
gratidão e fé. Sua emoção encontrou expressão em cânticos de
louvor. O Espírito de Deus repousou sobre Moisés, que dirigiu o
povo em uma antífona triunfante de ações de graças, a primeira e
uma das mais sublimes que pelo homem são conhecidas.
“Cantarei ao Senhor, porque sumamente Se exaltou;
Lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro.
O Senhor é a minha força, e o meu cântico;
Ele me foi por Salvação;
Este é o meu Deus, portanto Lhe farei uma habitação;
Ele é o Deus de meu pai, por isso O exaltarei.
O Senhor é varão de guerra;
O Senhor é o Seu nome.
Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército;
E os seus escolhidos príncipes afogaram-se no Mar Verme-
lho.
Os abismos os cobriram;
Desceram às profundezas como pedra.
A Tua destra, ó Senhor, se tem glorificado em potência;
A Tua destra, ó Senhor, tem despedaçado o inimigo [...]