O tabernáculo e suas cerimônias
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também era de cobre, feita dos espelhos que tinham sido ofertas
voluntárias das mulheres de Israel. Na pia os sacerdotes deveriam
lavar as mãos e os pés sempre que entravam nos compartimentos
sagrados ou se aproximavam do altar para oferecerem uma oferta
queimada ao Senhor.
No primeiro compartimento, ou lugar santo, estavam a mesa dos
pães da proposição, o castiçal ou candelabro, e o altar de incenso. A
mesa com os pães da proposição ficava do lado do norte. Com a sua
coroa ornamental era ela coberta de ouro puro. Sobre esta mesa os
sacerdotes deviam cada sábado colocar doze pães, dispostos em duas
colunas, e aspergidos com incenso. Os pães que eram removidos,
sendo considerados santos, deviam ser comidos pelos sacerdotes.
Do lado do sul estava o castiçal de sete ramos, com as suas sete
lâmpadas. Seus ramos eram ornamentados com flores artisticamente
trabalhadas, semelhantes a lírios, e o todo era feito de uma peça de
ouro maciço. Não havendo janelas no tabernáculo, nunca ficavam
apagadas todas as lâmpadas a um tempo, mas espargiam sua luz
dia e noite. Precisamente diante do véu que separava o lugar santo
do santíssimo e da presença imediata de Deus, achava-se o áureo
altar de incenso. Sobre este altar o sacerdote devia queimar incenso
todas as manhãs e tardes; suas pontas eram tocadas com o sangue
da oferta para o pecado, e era aspergido com sangue no grande dia
de expiação. O fogo neste altar fora aceso pelo próprio Deus, e
conservado de maneira sagrada. Dia e noite o santo incenso difundia
sua fragrância pelos compartimentos sagrados, e fora, longe, em
redor do tabernáculo.
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Além do véu interior estava o santo dos santos, onde se centrali-
zava a cerimônia simbólica da expiação e intercessão, e que formava
o elo de ligação entre o Céu e a Terra. Nesse compartimento estava a
arca, uma caixa feita de acácia, coberta de ouro por dentro e por fora,
e tendo uma coroa de ouro em redor de sua parte superior. Fora feita
para ser o receptáculo das tábuas de pedra, sobre as quais o próprio
Deus escrevera os Dez Mandamentos. Daí o ser ela chamada a arca
do testemunho de Deus, ou a arca do concerto, visto que os Dez
Mandamentos foram a base do concerto feito entre Deus e Israel.
A cobertura da caixa sagrada chamava-se propiciatório. Este
era feito de uma peça inteiriça de ouro, e encimado por querubins
do mesmo metal, ficando um de cada lado. Uma asa de cada anjo