O tabernáculo e suas cerimônias
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santuário e, descendo, envolveu-o. “E a glória do Senhor encheu
o tabernáculo”.
Êxodo 40:34
. Houve uma revelação da majestade
divina, e por algum tempo mesmo Moisés não pôde entrar ali. Com
profunda emoção o povo viu a indicação de que a obra de suas
mãos fora aceita. Não houve ruidosas manifestações de regozijo.
Temor solene repousava sobre todos. Mas sua alegria de coração
transbordou em lágrimas de regozijo, e murmuravam em voz baixa
ardorosas palavras de gratidão de que Deus houvesse condescendido
em habitar com eles.
Por determinação divina a tribo de Levi foi separada para o
serviço do santuário. Nos tempos primitivos cada homem era o sa-
cerdote de sua própria casa. Nos dias de Abraão, o sacerdócio era
considerado direito de primogenitura do filho mais velho. Agora, em
lugar dos primogênitos de todo o Israel, o Senhor aceitou a tribo de
Levi para a obra do santuário. Por meio desta honra distinta manifes-
tou Ele Sua aprovação à fidelidade da mesma, tanto por aderir ao Seu
serviço como por executar Seus juízos quando Israel apostatou com
o culto ao bezerro de ouro. O sacerdócio, todavia, ficou restrito à
família de Arão. A este e seus filhos, somente, permitia-se ministrar
perante o Senhor; o resto da tribo estava encarregada do cuidado do
tabernáculo e de seu aparelhamento, e deveria auxiliar os sacerdotes
em seu ministério, mas não deveria sacrificar, queimar incenso, ou
ver as coisas sagradas antes que estivessem cobertas.
De acordo com as suas funções, foi indicada ao sacerdote uma
veste especial. “Farás vestidos santos a Arão teu irmão, para glória e
ornamento” (
Êxodo 28:2
) — foi a instrução divina a Moisés. A veste
do sacerdote comum era de linho alvo, e tecida em uma só peça.
Estendia-se até quase aos pés, e prendia-se à cintura por um cinto
branco de linho, bordado de azul, púrpura e vermelho. Um turbante
de linho, ou mitra, completava seu traje exterior. A Moisés, perante
a sarça ardente, foi determinado que tirasse as sandálias, porque a
terra em que estava era santa. Semelhantemente os sacerdotes não
deveriam entrar no santuário com sapatos nos pés. Partículas de pó
que a eles se apegavam, profanariam o lugar santo. Deviam deixar
os sapatos no pátio, antes de entrarem no santuário, e também lavar
tanto as mãos como os pés, antes de ministrarem no tabernáculo, ou
no altar dos holocaustos. Desta maneira ensinava-se constantemente