Página 333 - Patriarcas e Profetas (2007)

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A lei e os concertos
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Se bem que este concerto houvesse sido feito com Adão e reno-
vado a Abraão, não poderia ser ratificado antes da morte de Cristo.
Existira pela promessa de Deus desde que se fez a primeira indica-
ção de redenção; fora aceito pela fé; contudo, ao ser ratificado por
Cristo, é chamado um
novo
concerto. A lei de Deus foi a base deste
concerto, que era simplesmente uma disposição destinada a levar
os homens de novo à harmonia com a vontade divina, colocando-os
onde poderiam obedecer à lei de Deus.
Outro pacto, chamado nas Escrituras o “velho” concerto, foi
formado entre Deus e Israel no Sinai, e foi então ratificado pelo
sangue de um sacrifício. O concerto abraâmico foi ratificado pelo
sangue de Cristo, e é chamado o “segundo”, ou o “novo” concerto,
porque o sangue pelo qual foi selado foi vertido depois do sangue
do primeiro concerto. Que o novo concerto era válido nos dias de
Abraão, evidencia-se do fato de que foi então confirmado tanto pela
promessa como pelo juramento de Deus, “duas coisas imutáveis, nas
quais é impossível que Deus minta”.
Hebreus 6:18
.
Mas, se o concerto abraâmico continha a promessa da redenção,
por que se formou outro concerto no Sinai? — Em seu cativeiro, o
povo em grande parte perdera o conhecimento de Deus e os princí-
pios do concerto abraâmico. Libertando-os do Egito, Deus procurou
revelar-lhes Seu poder e misericórdia, a fim de que fossem levados a
amá-Lo e confiar nEle. Trouxe-os ao Mar Vermelho — onde, perse-
guidos pelos egípcios, parecia impossível escaparem — a fim de que
se compenetrassem de seu completo desamparo, e da necessidade
de auxílio divino; e então lhes operou o livramento. Assim eles se
encheram de amor e gratidão para com Deus, e de confiança em
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Seu poder para os ajudar. Ele os ligara a Si na qualidade de seu
Libertador do cativeiro temporal.
Havia, porém, uma verdade ainda maior a ser-lhes gravada na
mente. Vivendo em meio de idolatria e corrupção, não tinham uma
concepção verdadeira da santidade de Deus, da excessiva pecamino-
sidade de seu próprio coração, de sua completa incapacidade para,
por si mesmos, prestar obediência à lei de Deus, e de sua necessidade
de um Salvador. Tudo isto deveria ser-lhes ensinado.
Deus os levou ao Sinai; manifestou Sua glória; deu-lhes Sua lei,
com promessa de grandes bênçãos sob condição de obediência: “Se
diligentemente ouvirdes a Minha voz, e guardardes o Meu concerto,