Os doze espias
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beneficência. [...] Perdoa pois a iniqüidade deste povo, segundo a
grandeza da Tua benignidade; e como também perdoaste a este povo
desde a terra do Egito até aqui”.
Números 14:17-19
.
O Senhor prometeu poupar Israel de destruição imediata; mas,
por causa de sua incredulidade e covardia, não poderia manifestar
Seu poder para subjugar os inimigos deles. Portanto, em Sua miseri-
córdia ordenou-lhes, como o único meio seguro, que volvessem em
direção ao Mar Vermelho.
Em sua rebelião o povo declarara: “Ah! se morrêramos neste
deserto!”
Números 14:2
. Agora esta oração devia ser atendida. O
Senhor declarou: “Como falastes aos Meus ouvidos, assim farei a
vós outros. Neste deserto cairão os vossos cadáveres, como também
todos os que de vós foram contados segundo toda a vossa conta, de
vinte anos e para cima. [...] Mas os vossos filhos de que dizeis: Por
presa serão, meterei nela, e eles saberão da terra que vós despre-
zastes.” E quanto a Calebe, Ele disse: “Porém o Meu servo Calebe,
porquanto nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-Me, Eu
o levarei à terra em que entrou, e a sua semente a possuirá”.
Nú-
meros 14:28, 29, 31, 24
. Assim como os espias haviam despendido
quarenta dias em sua viagem, deveriam semelhantemente as hostes
de Israel vaguear pelo deserto quarenta anos.
Quando Moisés fez saber ao povo a decisão divina, a ira deste
transformou-se em lamentação. Sabiam que seu castigo era justo.
Os dez espias infiéis, feridos por determinação divina pela praga,
pereceram diante dos olhos de todo o Israel; e em sua sorte o povo
leu sua própria condenação.
Agora pareciam arrepender-se sinceramente de sua conduta pe-
caminosa; mas entristeciam-se por causa do resultado de seu mau
caminho, em vez de o ser pela intuição de sua ingratidão e desobe-
diência. Quando viram que o Senhor não Se abrandava na execução
de Seu decreto, surgiu de novo sua voluntariosidade, e declararam
que não voltariam ao deserto. Ordenando-lhes que se retirassem da
terra de seus inimigos, Deus pusera à prova a sua aparente submis-
são, e demonstrara que a mesma não era real. Sabiam ter pecado
gravemente consentindo em que seus sentimentos temerários os
dominassem, e procurando matar os espias que insistiam com eles
para que obedecessem a Deus; mas apenas estavam aterrorizados
por achar que tinham cometido um erro terrível, cujas conseqüências
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