Os doze espias
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Se bem que seu coração não estivesse mudado, o povo fora
levado a confessar a pecaminosidade e loucura de sua rebelião di-
ante do relatório dos espias. Viam agora o valor da bênção que
tão temerariamente haviam rejeitado. Confessaram que sua própria
incredulidade os excluíra de Canaã. “Pecamos”, disseram eles, reco-
nhecendo que a falta estava neles mesmos, e não com Deus, a quem
tão impiamente acusaram de deixar de cumprir Suas promessas para
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com eles. Se bem que sua confissão não partisse do verdadeiro arre-
pendimento, serviu para reivindicar a justiça de Deus, em Seu trato
com eles.
O Senhor ainda opera de modo semelhante para glorificar o
Seu nome, levando homens a reconhecerem Sua justiça. Quando
aqueles que professam amá-Lo se queixam de Sua providência,
desprezam-Lhe as promessas e, cedendo à tentação, se unem com
os anjos maus para frustrar os propósitos de Deus, o Senhor muitas
vezes encaminha de tal maneira as circunstâncias que essas mesmas
pessoas são levadas ao ponto em que se convençam de seu pecado e
sejam constrangidas a reconhecer a impiedade de sua conduta, e a
justiça e bondade de Deus em Seu trato com elas, e isto embora não
tenham verdadeiro arrependimento. É assim que Deus põe em ação
forças contrárias a fim de tornar manifestas as obras das trevas. E se
bem que o espírito que inspirou a má conduta não esteja radicalmente
transformado, fazem-se confissões para vindicar a honra de Deus,
e justificar aqueles que da parte dEle reprovam fielmente, os quais
sofreram oposição e foram caluniados. Assim será quando a ira
de Deus for finalmente derramada. Quando o Senhor vier “com
milhares de Seus santos para fazer juízo contra todos”, convencerá
“dentre eles todos os ímpios por todas as suas obras de impiedade”.
Judas 14, 15
. Cada pecador será levado a ver e reconhecer a justiça
de sua condenação.
Sem tomar em consideração a sentença divina, prepararam-se
os israelitas para empreender a conquista de Canaã. Equipados de
escudos e armas de guerra, achavam-se, quanto ao que calculavam,
completamente preparados para a luta; mas eram deploravelmente
deficientes à vista de Deus e de Seus entristecidos servos. Quando,
quase quarenta anos mais tarde, o Senhor ordenou a Israel subir e
tomar Jericó, prometeu ir com eles. A arca contendo a Sua lei foi le-
vada diante dos exércitos deles. Os chefes que Ele designara deviam