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Patriarcas e Profetas
Deus, teria mergulhado a raça humana em irremediável desespero.
Que ninguém se engane. “O salário do pecado é a morte”.
Romanos
6:23
. A lei de Deus não pode ser transgredida hoje com menos im-
punidade do que quando fora pronunciada a sentença sobre o pai da
humanidade.
Depois de seu pecado Adão e Eva não mais deviam habitar no
Éden. Encarecidamente rogaram para que pudessem permanecer no
lar de sua inocência e alegria. Confessaram que haviam perdido todo
o direito àquela feliz morada, mas comprometeram-se para no futuro
prestar estrita obediência a Deus. Declarou-se-lhes, porém, que sua
natureza ficara depravada pelo pecado; haviam diminuído sua força
para resistir ao mal, e aberto o caminho para Satanás ganhar mais
fácil acesso a eles. Em sua inocência tinham cedido à tentação;
e agora, em estado de culpa consciente, teriam menos poder para
manter sua integridade.
Com humildade e indizível tristeza despediram-se de seu belo
lar, e saíram para habitar na Terra, onde repousava a maldição do
pecado. A atmosfera, que fora tão amena e constante em sua tem-
peratura, estava agora sujeita a assinaladas mudanças, e o Senhor
misericordiosamente lhes proveu uma veste de peles, como proteção
contra os extremos de calor e frio.
Testemunhando eles, no murchar da flor e no cair da folha, os
primeiros sinais da decadência, Adão e sua companheira choraram
mais profundamente do que os homens hoje fazem pelos seus mortos.
A morte das débeis e delicadas flores era na verdade um motivo para
tristeza; mas, quando as formosas árvores derrubaram as folhas, esta
cena levou-lhe vividamente ao espírito o fato cruel de que a morte é
o quinhão de todo o ser vivente.
O jardim do Éden permaneceu na Terra muito tempo depois
que o homem fora expulso de seus agradáveis caminhos.
Gênesis
4:16
. Foi permitido à raça decaída por muito tempo contemplar o
lar da inocência, estando a sua entrada vedada apenas pelos anjos
vigilantes. À porta do Paraíso, guardada pelos querubins, revelava-se
a glória divina. Para ali iam Adão e seus filhos a fim de adorarem
a Deus. Ali renovaram seus votos de obediência àquela lei cuja
transgressão os havia banido do Éden. Quando a onda de iniqüidade
se propagou pelo mundo, e a impiedade dos homens determinou
sua destruição por meio de um dilúvio de água, a mão que plantara