Página 429 - Patriarcas e Profetas (2007)

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A repetição da lei
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Pelo Espírito de inspiração, olhando através dos séculos, Moisés
descreveu as terríveis cenas da subversão final de Israel como nação,
e a destruição de Jerusalém pelos exércitos de Roma: “O Senhor
levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da Terra, que
voa como a águia, nação cuja língua não entenderás; nação feroz de
rosto, que não atentará para o rosto do velho, nem se apiedará do
moço”.
Deuteronômio 28:49, 50
.
A completa devastação da terra, os horríveis sofrimentos do povo
durante o cerco de Jerusalém por Tito, séculos mais tarde, foram
vividamente descritos: “Comerá o fruto dos teus animais, e o fruto
da tua terra, até que sejas destruído; [...] e te angustiará em todas
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as tuas portas, até que venham a cair os teus altos e fortes muros,
em que confiavas em toda a tua terra. [...] Comerás o fruto do teu
ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te der o Senhor teu
Deus, no cerco e no aperto com que os teus inimigos te apertarão.”
“E quanto à mulher mais mimosa e delicada entre ti, que de mimo
e delicadeza nunca tentou pôr a planta de seu pé sobre a terra, será
maligno o seu olho contra o homem de seu regaço, [...] e por causa
de seus filhos que tiver; porque os comerá às escondidas pela falta
de tudo, no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará nas
tuas portas”.
Deuteronômio 28:51-53, 56, 57
.
Moisés terminou com estas palavras impressionantes: “Os céus e
a Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que te tenho proposto
a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que
vivas tu e a tua semente, amando ao Senhor teu Deus, dando ouvidos
à Sua voz, e te achegando a Ele; pois Ele é a tua vida, e a longura
dos teus dias, para que fiques na terra que o Senhor jurou a teus pais,
a Abraão, a Isaque e a Jacó, que lhes havia de dar”.
Deuteronômio
30:19, 20
.
A fim de mais profundamente gravar em todos os espíritos estas
verdades, o grande chefe incorporou-as em poesia sacra. Este cântico
não era somente histórico, mas também profético. Ao mesmo tempo
em que de novo referia o maravilhoso trato de Deus para com Seu
povo no passado, prefigurava também os grandes acontecimentos do
futuro, a vitória final dos fiéis quando Cristo vier a segunda vez, com
poder e glória. Ordenou-se ao povo que confiasse à memória esta
história poética, e a ensinasse a seus filhos, e filhos de seus filhos.
Deveria ser cantada pela congregação quando se reunia para o culto,