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Patriarcas e Profetas
porque do Senhor são os alicerces da Terra, e assentou sobre eles
o mundo.
Os pés dos Seus Santos guardará, porém os ímpios ficarão
mudos nas trevas,
porque o homem não prevalecerá pela força.
Os que contendem com o Senhor serão quebrantados;
desde os céus trovejará sobre eles.
O Senhor julgará as extremidades da Terra;
e dará força ao seu rei, e exaltará o poder do seu ungido”.
1 Samuel 2:1-3, 6-10.
As palavras de Ana eram proféticas, tanto a respeito de Davi, que
reinaria como rei de Israel, como do Messias, o ungido do Senhor.
Referindo-se a princípio à jactância de uma mulher insolente e
contenciosa, aponta o cântico para a destruição dos inimigos de
Deus, e o triunfo final do Seu povo remido.
De Siló, Ana voltou silenciosamente para o seu lar em Ramá,
deixando o menino Samuel para ser educado para o serviço da casa
de Deus, sob a instrução do sumo sacerdote. Desde o primeiro des-
pontar da inteligência do filho ela lhe ensinara a amar e reverenciar a
Deus, e a considerar-se como sendo do Senhor. Por meio de todas as
coisas conhecidas que o cercavam, procurou ela elevar seus pensa-
mentos ao Criador. Depois de separada de seu filho, a solicitude da
fiel mãe não cessou. Cada dia ele era objeto de suas orações. Cada
ano ela lhe fazia, com suas próprias mãos, uma túnica para o serviço;
e, subindo com o esposo para adorar em Siló, dava ao menino esta
lembrança de seu amor. Cada fibra da pequena veste era tecida com
uma oração para que ele fosse puro, nobre e verdadeiro. Não pedia
para o filho grandezas mundanas, mas rogava fervorosamente que
ele pudesse alcançar aquela grandeza a que o Céu dá valor — que
honrasse a Deus e abençoasse a seus semelhantes.
Que recompensa teve Ana! e que estímulo para a fidelidade é
o seu exemplo! Há oportunidades de inestimável valor, interesses
infinitamente preciosos, confiados a toda mãe. A humilde rotina
dos deveres que as mulheres têm considerado como uma fastidiosa
tarefa, deve ser encarada como obra grandiosa e nobre. É privilégio