Página 587 - Patriarcas e Profetas (2007)

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A rejeição de Saul
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e, para onde quer que volvesse suas armas, ganhava novas vitó-
rias. Recebendo a incumbência contra os amalequitas, proclamou
imediatamente a guerra. À sua própria autoridade foi acrescentada
a do profeta, e ao chamado para a batalha os homens de Israel
congregaram-se sob seu estandarte. Esta expedição não deveria ser
iniciada com o propósito de engrandecimento próprio; não deveriam
os israelitas receber quer a honra da vitória quer o despojo de seus
inimigos. Deviam empenhar-se na guerra unicamente como um ato
de obediência a Deus, a fim de executar Seu juízo sobre os amale-
quitas. Era intuito de Deus que todas as nações vissem a condenação
daquele povo que desafiara a Sua soberania, e notassem que foram
destruídos pelo mesmo povo que haviam desprezado.
“Feriu Saul os amalequitas desde Havilá até chegar a Sur, que
está defronte do Egito. E tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas;
porém a todo o povo destruiu ao fio da espada. E Saul e o povo
perdoaram a Agague, e ao melhor das ovelhas e das vacas, e às
da segunda sorte, e aos cordeiros e ao melhor que havia, e não os
quiseram destruir totalmente; porém a toda a coisa vil e desprezível
destruíram totalmente”.
1 Samuel 15:7-9
.
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Esta vitória sobre os amalequitas foi a mais brilhante que Saul
alcançou, e serviu para suscitar novamente o orgulho de coração
que era o seu maior perigo. O decreto divino que votava os inimigos
de Deus à completa destruição, não foi cumprido senão em parte.
Ambicionando aumentar a honra de sua volta triunfal, mediante a
presença de um cativo real, Saul aventurou-se a imitar o costume
das nações em redor, e poupou Agague, o cruel e belicoso rei dos
amalequitas. O povo reservou para si o melhor que havia dos re-
banhos, das vacas e das bestas de carga, desculpando o seu pecado
sob o fundamento de que o gado era reservado para ser oferecido
como sacrifício ao Senhor. Era, entretanto, seu propósito fazer uso
do mesmo meramente como substituto, a fim de poupar o seu próprio
gado.
Saul havia agora sido submetido à prova final. Sua arrogante
desconsideração pela vontade de Deus, mostrando sua determina-
ção de governar como um rei independente, provou que não se lhe
poderia confiar poder real como representante do Senhor. Enquanto
Saul e seu exército marchavam para casa no entusiasmo da vitó-
ria, havia profunda angústia no lar do profeta Samuel. Ele havia