Página 630 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Patriarcas e Profetas
a fim de fixar-se permanentemente na terra de Filístia. Tudo isto
satisfazia a Aquis, que prometeu proteger os israelitas fugitivos.
Ao pedido feito por Davi para residir no campo, afastado da
cidade real, concedeu o rei gentilmente Ziclague em possessão.
Davi compenetrara-se de que seria perigoso para si e seus homens
estarem sob a influência de idólatras. Em uma cidade inteiramente
separada para si, poderiam adorar a Deus com mais liberdade do
que se ficassem em Gate, onde os ritos pagãos não poderiam deixar
de mostrar-se uma fonte de males e incômodos.
Enquanto morava naquela cidade isolada, Davi fez guerra aos
gesuritas, aos gersitas e aos amalequitas, e a ninguém deixou vivo
para levar a notícia a Gate. Quando voltou da batalha, deu a entender
a Aquis que estivera a guerrear contra os de sua própria nação, os
homens de Judá. Por esta dissimulação, ele serviu de meio para
fortalecer a mão dos filisteus; pois disse o rei: “Fez-se ele por certo
aborrecível para com o seu povo em Israel; pelo que me será por
servo para sempre”.
1 Samuel 27:12
. Davi sabia que era a vontade
de Deus que essas tribos gentílicas fossem destruídas, e sabia estar
ele designado para fazer esta obra; mas não andava no conselho de
Deus quando praticou o engano.
“E sucedeu naqueles dias que, juntando os filisteus os seus exér-
citos para a peleja, para fazer guerra contra Israel, disse Aquis a
Davi: Sabe de certo que comigo sairás ao arraial, tu e os teus ho-
mens.” Davi não tinha intenções de levantar a mão contra seu povo;
mas não estava certo quanto ao que haveria de fazer, até que as cir-
cunstâncias indicassem seu dever. Respondeu ao rei evasivamente, e
disse: “Assim saberás tu o que fará o teu servo”.
1 Samuel 28:1, 2
.
Aquis compreendeu estas palavras como uma promessa de auxílio
na guerra que se aproximava, e comprometeu sua palavra a conferir
a Davi grande honra, e dar-lhe elevado cargo na corte filistéia.
Mas, embora a fé de Davi tivesse vacilado um pouco nas promes-
sas de Deus, ele ainda se lembrou de que Samuel o ungira rei de Is-
rael. Recordou as vitórias que no passado Deus lhe havia dado sobre
seus inimigos. Reviu a grande misericórdia de Deus, guardando-o
das mãos de Saul, e resolveu não trair um encargo sagrado. Mesmo
que o rei de Israel tivesse procurado tirar-lhe a vida, ele não uniria
suas forças com os inimigos de seu povo.
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