O reinado de Davi
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que era usado pelos sacerdotes. Não dava a entender por este ato
que assumira as funções sacerdotais, pois que o éfode era algumas
vezes usado por outros além dos sacerdotes. Antes, neste serviço
santo ele queria, perante Deus, tomar lugar igual ao de seus súditos.
Naquele dia, Jeová devia ser adorado. Devia Ele ser o único objeto
de reverência.
Outra vez pôs-se em movimento o longo séquito, e a música
de harpas e cornetas, trombetas e címbalos, ressoava em direção ao
céu, misturada com a melodia de muitas vozes. “E Davi saltava. [...]
diante do Senhor” (
2 Samuel 6:14
), acompanhando em sua alegria o
ritmo do cântico.
A dança de Davi em júbilo reverente, perante Deus, tem sido
citada pelos amantes dos prazeres para justificarem as danças moder-
nas da moda; mas não há base para tal argumento. Em nosso tempo
a dança está associada com a extravagância e as orgias noturnas. A
saúde e a moral são sacrificadas ao prazer. Para os que freqüentam
os bailes, Deus não é objeto de meditação e reverência; sentir-se-ia
estarem a oração e o cântico de louvor deslocados, na assembléia
deles. Esta prova deve ser decisiva. Diversões que tendem a enfra-
quecer o amor pelas coisas sagradas e diminuir nossa alegria no
serviço de Deus, não devem ser procuradas por cristãos. A música e
dança, em jubiloso louvor a Deus, por ocasião da mudança da arca,
não tinham a mais pálida semelhança com a dissipação da dança
moderna. A primeira tendia à lembrança de Deus, e exaltava Seu
santo nome. A última é um ardil de Satanás para fazer os homens se
esquecerem de Deus e O desonrarem.
O triunfal cortejo aproximou-se da capital, acompanhando o sím-
bolo sagrado de seu Rei invisível. Então uma explosão de cânticos
exigiu dos guardas sobre os muros que as portas da santa cidade
se abrissem amplamente: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças;
levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da glória.”
Um grupo de cantores e instrumentistas respondeu: “Quem é
este Rei da glória?”
De outro grupo veio a resposta: “O Senhor forte e poderoso, o
Senhor poderoso na guerra.”
Então, centenas de vozes, unindo-se, avolumaram o coro triun-
fal: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas
eternas, e entrará o Rei da glória.”
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