Página 676 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Patriarcas e Profetas
enfraqueceram. Uma intuição de sua culpa conservava-o silencioso
quando ele teria condenado o pecado; tornava fraco o seu braço para
executar justiça em sua casa. Seu mau exemplo exerceu influência
sobre seus filhos, e Deus não interviria para impedir o resultado. Ele
permitiria que as coisas tomassem seu curso natural, e assim Davi
foi severamente castigado.
Durante um ano inteiro após sua queda, Davi viveu em aparente
segurança; não havia prova externa do desagrado de Deus. Mas a
sentença divina pairava sobre ele. Rápida e certamente aproximava-
se um dia de juízo e condenação, o qual nenhum arrependimento
poderia desviar, de angústia e vergonha que entenebreceriam toda
a sua vida terrestre. Aqueles que, apontando para o exemplo de
Davi, procuram diminuir a culpa de seus próprios pecados, deveriam
aprender do registro bíblico que duro é o caminho da transgressão.
Embora, semelhantes a Davi, se desviem de sua má conduta, achar-
se-á que os resultados do pecado, mesmo nesta vida, são amargos e
duros para se suportarem.
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Era intuito de Deus que a história da queda de Davi servisse
como advertência de que mesmo os que Ele abençoou e favoreceu
grandemente não se devem sentir livres de perigo, e negligenciar a
vigilância e a oração. E isso tem feito esta história àqueles que hu-
mildemente têm procurado aprender a lição que Deus tencionava dar.
De geração em geração, milhares têm sido levados a compenetrar-se
do perigo que correm em virtude do poder do tentador. A queda de
Davi, que foi tão grandemente honrado pelo Senhor, despertou neles
desconfiança do próprio
eu
. Sentiram que apenas Deus os poderia
guardar pelo Seu poder, mediante a fé. Sabendo que nEle estavam
sua força e segurança, recearam dar o primeiro passo no terreno de
Satanás.
Mesmo antes que a sentença divina fosse pronunciada contra
Davi, começara ele a colher o fruto da transgressão. Sua consci-
ência estava inquieta. A aflição de espírito que então suportava é
apresentada no Salmo trinta e dois. Diz ele:
“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo
pecado é coberto.