Página 693 - Patriarcas e Profetas (2007)

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A rebelião de Absalão
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Houve suspeitas contra os moços, e foram perseguidos; todavia
conseguiram levar a efeito sua perigosa missão. Davi, fatigado pelas
labutas e mágoas depois daquele primeiro dia de fuga, recebeu a
mensagem de que deveria atravessar o Jordão naquela noite, pois
que seu filho procurava sua vida.
Quais seriam os sentimentos daquele pai e rei, tão cruelmente
ultrajado, neste perigo terrível? Como homem valoroso, homem
de guerra, e rei, cuja palavra era lei, traído por seu filho, a quem
amara, com quem fora condescendente, e em quem imprudentemente
confiara; ofendido e abandonado pelos súditos que a ele estavam
ligados pelos mais fortes laços de honra e lealdade — com que
palavras derramou Davi os sentimentos de sua alma? Na hora de
sua mais negra prova, o coração de Davi estava firme em Deus, e ele
cantou:
“Senhor, como se têm multiplicado os meus adversários!
São muitos os que se levantam contra mim.
Muitos dizem da minha alma: Não há salvação para ele em Deus.
Mas Tu, Senhor, és um escudo para mim, a minha glória, e o que
exalta a minha cabeça.
Com a minha voz clamei ao Senhor, Ele ouviu-me desde o Seu
santo monte.
Eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me sustentou.
Não terei medo de dez milhares de pessoas que se puseram
contra mim ao meu redor. [...]
A salvação vem do Senhor; sobre o Teu povo seja a Tua
bênção”.
Salmos 3:1-8.
Davi e todo o seu grupo — guerreiros e estadistas, velhos e
jovens, mulheres e crianças — nas trevas da noite atravessaram o rio
profundo e correntoso. “Pela luz da manhã nem ainda faltava um só
que não passasse o Jordão”.
2 Samuel 17:22
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