Naamã
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estão ensinando-as a amar ao Pai do Céu, a obedecer-Lhe e nEle
confiar. Os pais que repartem com o filho tal dom o estão dotando
com um tesouro mais precioso que as riquezas de todos os séculos
— um tesouro tão perdurável como a eternidade.
Nós não sabemos em que setor nossos filhos poderão ser chama-
dos a servir. Eles podem despender sua vida no círculo do lar; podem
empenhar-se nas ocupações comuns da vida, ou ir a terras pagãs
como ensinadores do evangelho; mas todos são igualmente chama-
dos como missionários para Deus, ministros de misericórdia para o
mundo. Devem obter uma educação que os ajude a permanecer ao
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lado de Cristo em abnegado serviço.
Os pais da menina hebréia, ao ensinar-lhe a respeito de Deus,
não sabiam o destino que lhe tocaria. Mas foram fiéis em seu ofício;
e no lar do capitão do exército sírio, sua filha testemunhou do Deus
a quem tinha aprendido a honrar.
Naamã ouvira a respeito das palavras que a menina dissera a sua
senhora; e obtendo permissão do rei, saiu em busca da cura, tomando
consigo “dez talentos de prata, e seis mil siclos de ouro e dez mudas
de vestidos”. Levou também uma carta do rei da Síria ao rei de
Israel, na qual estava escrita a mensagem: “Eu te enviei Naamã, meu
servo, para que o restaures da sua lepra”. Quando o rei de Israel leu
a carta, “rasgou os seus vestidos, e disse: Sou eu Deus, para matar
e para vivificar, para que este envie a mim, para eu restaurar a um
homem da sua lepra? Pelo que deveras notai, peço-vos, e vede que
busca ocasião contra mim”.
Notícias do acontecimento chegaram até Eliseu, e ele mandou
uma mensagem ao rei, dizendo: “Por que rasgaste os teus vestidos?
Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel”.
“Veio, pois, Naamã com os seus cavalos, e com o seu carro, e
parou à porta da casa de Eliseu”. Por intermédio de um mensageiro
o profeta ordenou-lhe: “Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua
carne te tornará, e ficarás purificado”.
2 Reis 5:1-10
.
Naamã havia esperado ver alguma maravilhosa manifestação do
poder do Céu. “Eis que eu dizia comigo”, confessou ele, “certamente
ele sairá, e pôr-se-á em pé, e invocará o nome do Senhor seu Deus,
e passará a sua mão sobre o lugar, e restaurará o leproso”. Quando
se lhe ordenou que se lavasse no Jordão, seu orgulho foi ferido, e
em mortificação e desapontamento exclamou: “Não são porventura,