O fim do ministério de Eliseu
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O profeta havia desempenhado em favor de muita alma turbada
e necessitada de auxílio o papel de um pai sábio e compreensivo. No
presente exemplo ele não voltou as costas ao jovem sem Deus que
tinha diante de si, tão indigno da posição de confiança que estava
ocupando, e contudo tão grandemente necessitado de conselho. Deus
em Sua providência estava dando ao jovem rei uma oportunidade
para redimir as faltas do passado, de molde a pôr o seu reino em
terreno vantajoso. Os inimigos, os sírios, agora ocupando o território
a leste do Jordão, deviam ser repelidos. Uma vez mais o poder de
Deus devia ser manifestado em favor do extraviado Israel.
O moribundo profeta ordenou ao rei: “Toma um arco e flechas”.
Jeoás obedeceu. Então o profeta disse: “Põe a tua mão sobre o arco”.
Jeoás “pôs sobre ele a sua mão; e Eliseu pôs as suas mãos sobre as
mãos do rei. E disse: Abre a janela para o oriente” — para as cidades
dalém do Jordão que estavam na posse dos sírios. Havendo o rei
aberto a janela de treliças, Eliseu ordenou-lhe que disparasse a flecha.
Percorrendo o dardo o seu caminho, foi o profeta inspirado a dizer:
“A flecha do livramento do Senhor é a flecha do livramento contra
os sírios; porque ferirás os sírios em Afeque, até os consumir”.
Então o profeta provou a fé do rei. Ordenando que Jeoás tomasse
as flechas, ele disse: “Fere a terra”. Três vezes o rei feriu o chão, e
então se deteve. “Cinco ou seis vezes a deverias ter ferido”, Eliseu
exclamou consternado, “então feririas os sírios até os consumir;
porém agora só três vezes ferirás os sírios”.
2 Reis 13:15-19
.
A lição é para todos os que ocupam posição de confiança.
Quando Deus abre o caminho para a realização de certa obra, e
dá garantias de sucesso, o instrumento escolhido deve fazer tudo
que estiver em seu poder para alcançar os resultados prometidos. O
sucesso será proporcional ao entusiasmo e perseverança com que
o trabalho é levado a cabo. Deus pode operar milagres em favor
de Seu povo unicamente quando este desempenha sua parte com
incansável energia. Ele reclama para Sua obra homens de devoção,
homens de coragem moral, com ardente amor pelas almas e zelo que
nunca esmorece. Tais obreiros não acharão nenhuma tarefa dema-
siado árdua, nenhuma perspectiva demasiado sem esperança; eles
trabalharão, indômitos, até que a aparente derrota seja tornada em
gloriosa vitória. Nem mesmo as paredes das prisões, ou o martírio