Página 173 - Profetas e Reis (2007)

Basic HTML Version

A “grande cidade de Nínive”
169
mandado do rei e dos grandes, dizendo: Nem homens, nem animais,
nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem se lhes dê pasto,
nem bebam água. Mas os homens e os animais estarão cobertos de
sacos, e clamarão fortemente a Deus, e se converterão, cada um do
seu mau caminho, e da violência que há nas suas mãos. Quem sabe
se Se voltará Deus, e Se arrependerá, e Se apartará do furor da Sua
ira, de sorte que não pereçamos?”
Jonas 3:5-9
.
Sendo que rei e nobres, com todo o povo, grandes e pequenos, “se
arrependeram com a pregação de Jonas” (
Mateus 12:41
), e uniram-
se em clamar ao Deus do Céu, Sua misericórdia foi-lhes assegurada.
“Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho;
e Deus Se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria, e não o
fez”.
Jonas 3:10
. Sua condenação foi evitada; o Deus de Israel
fora exaltado e honrado através do mundo pagão, e Sua lei foi
reverenciada. Não seria senão muitos anos mais tarde que Nínive
devia cair presa das nações vizinhas por causa do seu esquecimento
de Deus e jactancioso orgulho.
Quando Jonas viu o propósito de Deus de poupar a cidade que,
não obstante sua impiedade, tinha sido levada a se arrepender em
saco e cinzas, devia ter sido o primeiro a se alegrar com a estupenda
graça de Deus; mas ao contrário disto, ele permitiu que sua mente se
demorasse sobre a possibilidade de ser considerado um falso profeta.
Cioso de sua reputação, ele perdeu de vista o valor infinitamente
maior das almas nessa cidade infortunada. A compaixão mostrada
por Deus para com os arrependidos ninivitas desgostou “Jonas extre-
mamente [...] e ficou todo ressentido”. “Não foi isso o que eu disse”,
argumentou ele com o Senhor, “estando ainda na minha terra? Por
isso me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus piedoso,
e misericordioso, longânimo, e grande em benignidade, e que Te
arrependes do mal”.
Jonas 4:1, 2
.
Uma vez mais ele se rendeu a sua inclinação de questionar e
duvidar, e uma vez mais foi oprimido com o desencorajamento.
Perdendo de vista os interesses dos outros, e sentindo como se
melhor lhe fora morrer do que viver para ver a cidade poupada, em
seu descontentamento exclamou: “Ó Senhor, tira-me a minha vida,
porque melhor me é morrer do que viver”.
“É razoável esse teu ressentimento?” o Senhor inquiriu. “Então
Jonas saiu da cidade, e assentou-se ao oriente da cidade; e ali fez