Página 279 - Profetas e Reis (2007)

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A condenação iminente
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Foi cerca deste tempo que o Senhor ordenou a Jeremias que es-
crevesse as mensagens que desejava levar àqueles por cuja salvação
seu coração piedoso estava continuamente a arder. “Toma o rolo
dum livro”, ordenou o Senhor a Seu servo, “e escreve nele todas
as palavras que te tenho falado de Israel, e de Judá, e de todas as
nações, desde o dia em que Eu te falei a ti, desde os dias de Josias até
hoje. Ouvirão talvez os da casa de Judá todo o mal que Eu intento
fazer-lhes; para que cada qual se converta do seu mau caminho, e
Eu perdoe a sua maldade e o seu pecado”.
Jeremias 36:2, 3
.
Em obediência a esta ordem, Jeremias chamou em seu auxílio
um fiel amigo, o escriba Baruque, e ditou-lhe “todas as palavras do
Senhor, que Ele lhe tinha revelado, no rolo de um livro”.
Jeremias
36:4
. Estas palavras foram cuidadosamente escritas num rolo de
pergaminho, e constituíam solene reprovação do pecado, uma adver-
tência dos resultados infalíveis da constante apostasia, e um fervente
apelo para renúncia a todo mal.
Quando o escrito ficou completo, Jeremias, que estava ainda
prisioneiro, enviou Baruque para ler o rolo às multidões que se
reuniam no templo por ocasião de um dia nacional de jejum, “no
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quinto ano de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, no mês nono”.
“Pode ser”, o profeta dissera, “que caia a sua súplica diante do
Senhor, e se converta cada um do seu mau caminho; porque grande
é a ira e o furor que o Senhor tem manifestado contra este povo”.
Jeremias 36:9, 7
.
Baruque obedeceu, e o rolo foi lido perante todo o povo de Judá.
Posteriormente foi o escriba convocado à presença dos príncipes,
a fim de ler as palavras perante eles. Eles ouviram com grande
interesse, e prometeram informar o rei sobre tudo o que tinham
ouvido, mas aconselharam o escriba a se esconder, pois temiam que
o rei rejeitasse o testemunho, e procurasse matar os que haviam
preparado e apresentado a mensagem.
Quando o rei Jeoaquim foi informado pelos príncipes do que
Baruque havia lido, imediatamente ordenou que o rolo fosse trazido
e lido em sua presença. Um dos assistentes reais, de nome Jeudi,
trouxe o rolo, e pôs-se a ler as palavras de reprovação e advertência.
Era o tempo do inverno, e o rei e seus companheiros de Estado, os
príncipes de Judá, estavam reunidos junto de uma crepitante lareira.
Apenas uma pequena parte havia sido lida, quando o rei, longe de