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Profetas e Reis
Assim como Deus chamou Daniel para testemunhar por Ele em
Babilônia, Ele nos chama para sermos testemunhas Suas no mundo
hoje. Tanto nos menores como nos maiores negócios da vida, Ele
deseja que revelemos aos homens os princípios do Seu reino. Muitos
estão esperando que uma grande obra lhes seja levada, ao mesmo
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tempo que perdem diariamente oportunidades para revelar fideli-
dade a Deus. Diariamente deixam de se desincumbir com inteireza
de coração dos pequenos deveres da vida. Enquanto esperam por
alguma grande obra em que possam exercitar talentos supostamente
grandes, satisfazendo assim a ambiciosos anseios, seus dias passam.
Na vida do verdadeiro cristão nada há que não seja essencial; à
vista da Onipotência todo dever é importante. O Senhor mede com
exatidão cada possibilidade para serviço. As faculdades não usadas
são postas na conta da mesma forma que as utilizadas. Seremos
julgados por aquilo que devíamos ter feito e não fizemos porque não
usamos nossas faculdades para glória de Deus.
Um caráter nobre não é resultado de acidente; não é devido
a favores especiais ou dotações da Providência. É o resultado da
autodisciplina, da sujeição da natureza mais baixa à mais alta, da
entrega do eu ao serviço de Deus e do homem.
Através da fidelidade aos princípios de temperança mostrados
pelos jovens hebreus, Deus está falando à juventude de hoje. Há
necessidade de homens que, como Daniel, procedam com ousadia
pela causa do direito. Corações puros, mãos fortes, coragem deste-
mida, são necessários; pois a luta entre os vício e a virtude reclama
incessante vigilância. A cada alma Satanás vem com tentação de
formas variadas e sedutoras no ponto da condescendência para com
o apetite.
É o corpo um meio muito importante pelo qual a mente e a
alma se desenvolvem para a edificação do caráter. Essa é a razão
por que o adversário das almas dirige suas tentações no sentido do
enfraquecimento e degradação das faculdades físicas. Seu sucesso
neste ponto significa muitas vezes a entrega de todo ser ao mal. As
tendências da natureza física, a menos que postas sob o domínio de
um poder mais alto, seguramente obrarão ruína e morte. O corpo
deve ser posto em sujeição às faculdades mais altas do ser. As
paixões devem ser controladas pela vontade que, por sua vez, deve
ela mesma estar sob o controle de Deus. O régio poder da razão,