Página 415 - Profetas e Reis (2007)

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Os reconstrutores do muro
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genciada para o serviço de Deus é registrada; e ali, igualmente, cada
ato de fé e amor é mantido em eterna lembrança.
Contra a inspiradora influência da presença de Neemias, o exem-
plo dos nobres de Tecoa teve pouco peso. O povo na generalidade
fora inspirado por patriotismo e zelo. Homens de habilidade e in-
fluência organizaram as diferentes classes de cidadãos em grupos,
ficando cada líder responsável pela edificação de certa parte do
muro. E de alguns está escrito que construíram “defronte de sua
casa”.
Neemias 3:10, 23
.
E a energia de Neemias não se abateu, agora que a obra estava
de fato começada. Com incansável vigilância ele superintendeu a re-
construção, dirigindo os obreiros, anotando os obstáculos e tomando
providências para cada emergência. Ao longo de toda a extensão
dos cinco quilômetros de muro, sua influência era constantemente
sentida. Com palavras oportunas encorajava os tímidos, ativava os
lentos, e aprovava os diligentes. E vigiava sempre os movimentos de
seus inimigos, que de tempos em tempos se reuniam à distância, e se
empenhavam em conversação, como se tramando alguma maldade,
e então, aproximando-se mais dos obreiros, procuravam desviar-lhes
a atenção.
Em suas inúmeras atividades, Neemias não esquecia a Fonte de
sua força. Seu coração estava constantemente erguido para Deus, o
grande Supervisor de tudo. “O Deus dos Céus”, ele exclamava, “é
o que nos fará prosperar” (
Neemias 2:20
); e as palavras ecoavam e
tornavam a ecoar, comovendo o coração de todos os reconstrutores
do muro.
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Mas a restauração das defesas de Jerusalém não prosseguia sem
embaraços. Satanás estava trabalhando para suscitar oposição e
levar o desencorajamento. Sambalá, Tobias e Gesém, seus principais
instrumentos neste movimento, empenharam-se agora em embaraçar
a obra de reconstrução. Eles procuravam provocar divisão entre os
obreiros. Ridicularizavam os esforços dos construtores, declarando
ser o empreendimento uma impossibilidade, e predizendo o seu
fracasso.
“Que fazem estes fracos judeus?” exclamou Sambalá com zom-
baria; “permitir-se-lhes-á isto? [...] vivificarão dos montes do pó
as pedras que foram queimadas?” Tobias, ainda mais desdenhoso,