Página 437 - Profetas e Reis (2007)

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Reforma
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reforma que desviou a ira ameaçadora de Deus e recebeu Sua apro-
vação e bênção.
Alguns houve no sagrado ofício que pleitearam por suas esposas
pagãs, declarando que não poderiam separar-se delas. Mas nenhuma
distinção foi feita; nenhuma consideração foi mostrada por classe ou
categoria. Quem quer entre os sacerdotes ou chefes que recusasse
cortar sua relação com idólatras, era imediatamente separado do
serviço do Senhor. Um neto do sumo sacerdote, havendo casado com
uma filha do tristemente célebre Sambalá, não foi apenas removido
do ofício, mas prontamente banido de Israel. “Lembra-Te deles,
Deus meu”, Neemias orou, “pois contaminaram o sacerdócio, como
também o concerto do sacerdócio e dos levitas”.
Neemias 13:29
.
Quanta angústia de espírito essa necessária severidade custou ao
fiel obreiro de Deus, somente o juízo revelará. Houve uma constante
luta com elementos opositores; e somente com jejum, humilhação e
oração, o progresso foi conseguido.
Muitos que tinham casado com idólatras escolheram acompanhá-
los ao exílio; e a estes, juntamente com os que tinham sido expulsos
da congregação, uniram-se os samaritanos. Nessa direção alguns
que tinham ocupado altos postos na obra de Deus encontraram o
seu caminho, e depois de algum tempo lançaram sua sorte com
eles. Desejando fortalecer esta aliança, os samaritanos prometeram
adotar mais amplamente a fé e os costumes judaicos; e os apóstatas,
determinados a superar seus antigos irmãos, construíram um templo
no Monte Gerizim, em oposição à casa de Deus em Jerusalém. Sua
religião continuou a ser um misto de judaísmo e paganismo; e sua
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pretensão de ser povo de Deus foi uma fonte de cisma, emulação e
inimizade entre as duas nações, de geração a geração.
Na obra de reforma a ocorrer hoje, há necessidade de homens
que, como Esdras e Neemias não obscureçam ou desculpem o pe-
cado, nem se esquivem de vindicar a honra de Deus. Aqueles sobre
quem repousa o fardo desta obra, não se sentirão em paz quando o
erro é praticado, nem cobrirão o mal com o manto da falsa caridade.
Eles se lembrarão que Deus não faz acepção de pessoas, e que a
severidade para com uns poucos pode representar misericórdia para
com muitos. Lembrar-se-ão também de que o Espírito de Cristo
deve ser revelado naquele que repreende o mal.