O arrependimento de Salomão
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“Assim como a mosca morta faz exalar mau cheiro, e inutilizar
o ungüento do perfumador, assim é para o famoso em sabedoria, e
em honra, um pouco de estultícia”.
Eclesiastes 10:5, 6, 1
.
Entre as muitas lições ensinadas pela vida de Salomão, nenhuma
é mais fortemente salientada que o poder da influência para o bem
ou para o mal. Restrita como possa ser nossa esfera de ação, ainda
exercemos uma influência para bem-estar ou aflição. Além de nosso
conhecimento ou controle, ela atua sobre outros na forma de bênção
ou maldição. Pode estar carregada com a melancolia do desconten-
tamento e egoísmo, ou envenenada com a infecção mortal de algum
pecado acariciado; ou pode estar saturada com o vivificante poder
da fé, coragem e esperança, e dulcificada com a fragrância do amor.
Mas ela será poderosa, sem dúvida, para o bem ou para o mal.
Que nossa influência seja um cheiro de morte para morte é um
pensamento pavoroso, mas possível. Uma alma transviada, com a
perda da eterna bem-aventurança — quem pode avaliar o dano E no
entanto um ato imprudente, uma palavra irrefletida de nossa parte,
pode exercer tão profunda influência na vida de outro, que se provará
a ruína de sua alma. Uma mancha no caráter pode afastar de Cristo
a muitos.
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Assim como a semente plantada produz uma colheita, quando
esta é semeada, a colheita final é multiplicada. Em nossa relação
com outros esta lei prova-se verdadeira. Cada ação, cada palavra,
é uma semente que dará fruto. Cada ato de meditada bondade, de
obediência, de abnegação, reproduzirá isso mesmo em outros, e por
meio destes em outros ainda. Assim, cada ato de inveja, de malícia,
de dissensão, é uma semente que produzirá uma “raiz de amargura”
(
Hebreus 12:15
), pela qual muitos serão afetados. E quão maior
número esses “muitos” envenenarão Assim, a semeadura do bem e
do mal perdura pelo tempo e pela eternidade.
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