Página 86 - Profetas e Reis (2007)

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Profetas e Reis
rei mediante as boas-novas de que a seca está para findar. Ele não
tem desculpas a pedir. Com indignação e em zelo pela honra de
Deus, devolve a imputação de Acabe, declarando audazmente ao rei
que são os pecados dele, rei, e de seus pais, que trouxeram sobre
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Israel esta terrível calamidade. “Eu não tenho perturbado a Israel”,
sustentou ousadamente, “mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes
os mandamentos do Senhor, e seguistes a Baalim”.
Há necessidade hoje da voz de severa repreensão, pois graves
pecados têm separado de Deus o povo. A infidelidade está depressa
tornando-se moda. “Não queremos que Este reine sobre nós” (
Lucas
19:14
), é a linguagem de milhares. Os sermões macios tão freqüen-
temente pregados não deixam impressão duradoura; a trombeta não
dá um sonido certo. Os homens não são atingidos no coração pelas
claras, cortantes verdades da Palavra de Deus.
Há muitos professos cristãos que, se expressassem seus reais
sentimentos, diriam: Que necessidade há de falar tão claramente?
Seria o mesmo que perguntar: Que necessidade havia de João Batista
dizer aos fariseus: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira
que está para vir?”
Lucas 3:7
. Que necessidade tinha ele de provocar
a ira de Herodias dizendo a Herodes que não lhe era lícito possuir a
mulher de seu irmão? O precursor de Cristo perdeu a vida por falar
claramente. Por que não podia ele ter prosseguido sem incorrer no
desprazer dos que estavam vivendo em pecado?
Assim homens que deviam permanecer como fiéis guardiões da
lei de Deus têm argumentado, a ponto de a astúcia tomar o lugar da
fidelidade, e o pecado ser deixado sem reprovação. Quando será a
voz da fiel reprovação ouvida uma vez mais na igreja?
“Tu és este homem”.
2 Samuel 12:7
. Palavras indiscutivelmente
claras como estas dirigidas por Natã a Davi, raramente são ouvidas
nos púlpitos de hoje, raramente vistas na imprensa pública. Se não
fossem tão raras, veríamos mais do poder de Deus revelado entre os
homens. Os mensageiros do Senhor não devem queixar-se de que
seus esforços não produzem frutos, enquanto não se arrependerem
de seu próprio amor ao aplauso, e seu desejo de agradar aos homens,
o que os leva à dissimular a verdade.
Os pastores que apreciam agradar aos homens, que clamam:
Paz, paz, quando Deus não falou de paz, bem deviam humilhar o
coração perante Deus, pedindo perdão por sua insinceridade e falta