Página 89 - Profetas e Reis (2007)

Basic HTML Version

O Carmelo
85
para a manifestação do poder de Deus e a vindicação da honra de
Seu nome.
Logo na manhã do dia designado, as tribos do Israel reunido, em
ansiosa expectativa aglomeraram-se próximo do cume do monte. Os
profetas de Jezabel demandam o monte em marcha imponente. Com
pompa real aparece o rei e toma posição à frente dos sacerdotes, e os
idólatras saúdam-no com um grito de exclamação. Mas há apreensão
no coração dos sacerdotes ao se lembrarem de que pela palavra
do profeta a terra de Israel por três anos e meio fora privada de
[71]
orvalho e chuva. Sentem com certeza que alguma terrível crise está
iminente. Os deuses nos quais eles têm confiado não foram capazes
de provar ser Elias um profeta falso. A seus gritos frenéticos, suas
orações, suas lágrimas e humilhações, suas revoltantes cerimônias
e sacrifícios custosos e constantes, os objetos de seu culto têm-se
mostrado estranhamente indiferentes.
Diante do rei Acabe e dos falsos profetas, e rodeado das tribos
reunidas de Israel está Elias, o único que apareceu para reivindicar a
honra de Jeová. Aquele a quem todo o reino tinha responsabilizado
por sua carga de flagelo, está agora perante eles, aparentemente sem
defesa na presença do soberano de Israel, dos profetas de Baal, dos
homens de guerra e dos milhares que o rodeavam. Mas Elias não
está sozinho. Acima e ao redor dele estão as forças protetoras do
Céu — anjos magníficos em poder.
Sem se envergonhar nem temer, o profeta está perante a multi-
dão, inteiramente consciente de sua comissão, para executar a ordem
divina. Seu rosto está iluminado com impressionante solenidade. Em
ansiosa expectativa o povo aguarda que ele fale. Olhando primeira-
mente para o altar derribado de Jeová, e depois para a multidão, Elias
exclama de maneira clara, em voz como de trombeta: “Até quando
coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-O; e
se Baal, segui-o”.
1 Reis 18:21
.
O povo nada respondeu. Ninguém nesse vasto auditório ousou
manifestar lealdade a Jeová. Como densa nuvem, o engano e ce-
gueira se espalhara sobre Israel. Não fora de uma vez que esta fatal
apostasia se fechara em torno deles, mas gradualmente, à medida
que de tempos em tempos tinham deixado de ouvir as palavras de
advertência e reprovação que o Senhor lhes enviara. Cada desvio do
reto proceder, cada recusa de arrependimento, tinham aprofundado